Leia Mais
Líderes do Congresso fecham acordo sobre projeto de apreciação de vetos presidenciaisDilma sanciona com vetos lei que desonera cesta básicaRenan diz que vetos são a grande preocupação para manter equilíbrio fiscalCongresso corre o risco de não tirar as semanas de folgaCongresso altera norma de tramitação de vetos presidenciais Congresso dará prioridade à análise de vetos feitos a partir de julhoConversas
A mudança no discurso do Congresso foi negociada à base de muita conversa nos últimos dias. Entraram no front o vice-presidente da República, Michel Temer, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e a própria presidente Dilma Rousseff. Na terça-feira, o grupo se reuniu com os presidentes do Senado e Câmara para negociar uma “saída honrosa” em relação ao sepultamento dos vetos.
Com as mudanças, tanto Congresso quanto Planalto tiveram que ceder. Por um lado, parlamentares abriram mão de apreciar os vetos mais explosivos, capazes de pressionar o Executivo e de oferecer a deputados e senadores o poder de barganhar. Por outro lado, eles terão essa prerrogativa, obrigatoriamente, para os vetos futuros. Já o Planalto se livra do risco de serem apreciados vetos que poderiam comprometer as contas do governo e piorar o cenário de instabilidade econômica que ameaça a reeleição de Dilma.
Para convencer os parlamentares, o Planalto usou o argumento da instabilidade econômica e apelou para o bom senso. O objetivo foi demonstrar firmeza e passar para o mercado o recado claro de que a presidente tem o controle do Congresso para evitar que o atual cenário de baixo crescimento e inflação crescente não seja agravado com o comprometimento do Orçamento.
DIREITOS AUTORAIS
No fim da noite dessa quarta-feira, o Senado aprovou, por votação simbólica, o projeto de lei que cria novas regras para a cobrança, arrecadação e distribuição de recursos pagos por direitos autorais na produção musical. Os senadores, contudo, derrubaram emenda aprovada na terça pela Câmara que isentava de cobrança da taxa de execução pública de obras musicais os eventos que tivessem “finalidade filantrópica, de utilidade pública e com objetivo beneficente”. O texto agora segue para sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff. Apoiado por artistas e produtores musicais, o texto-base do projeto destina 85% da arrecadação para os titulares dos direitos, como compositores e intérpretes. Atualmente, os autores de obras musicais recebem 75,5%, sendo que o restante é dividido entre o Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad), que fica com 17,5%, e as associações que o integram, que ficam com 7,5%.