O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, citou nesta quinta-feira os planos para o lançamento de um novo satélite nacional e a construção de cabos submarinos ligando o Brasil à Europa e à África como instrumentos para diminuir a vulnerabilidade do país a interceptações e monitoramentos realizados pelos órgãos de inteligência dos Estados Unidos. O ministro também destacou os anéis de conexão de fibra óptica que estão sendo feitos com os países sul-americanos que fazem fronteira com o Brasil.
O ministro disse ainda que irá negociar aperfeiçoamentos no projeto de Marco Civil da Internet que tramita no Congresso Nacional, em função das denúncias divulgadas nos últimos dias. Segundo ele, a intenção é reforçar a proteção dos dados privados dos usuários.
O ministro disse também que, por determinação da presidente Dilma Rousseff, o Brasil irá acionar a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão da interceptação de dados de cidadãos brasileiros. "Além das medidas de caráter interno, nós vamos acionar organismos internacionais, como a ONU. O Brasil não vai limitar isso a uma questão bilateral. A vulnerabilidade é um problema de todos", disse Bernardo.
O ministro avaliou achar "difícil" que empresas brasileiras estejam envolvidas no caso de espionagem. "Se alguma empresa brasileira tivesse participado, isso já teria vazado há muito tempo. Mas, se houver alguém envolvido, ele com certeza será punido após a investigação que está sendo realizada pela Polícia Federal", completou.