A bancada do PT na Câmara dos Deputados começará a recolher na próxima terça-feira, 16, véspera do recesso parlamentar, as 171 assinaturas necessárias para levar ao plenário a proposta de plebiscito para a reforma política. Paralelamente à coleta de assinaturas para aprovação do decreto parlamentar convocando a consulta popular, o PT discutirá com a bancada na segunda-feira, 15, quem será seu representante no grupo de trabalho criado pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para apresentar uma proposta de reforma política.
O líder do PT, José Guimarães (CE), evitou polemizar e disse que o impasse só será resolvido na segunda-feira. "É uma questão interna do PT", tergiversou.
Artigo
Nesta quinta, a assessoria da bancada do PT divulgou um artigo em que Guimarães defende o plebiscito enterrado pela Câmara e diz que os partidos não podem "ter medo de ouvir o povo". "É preciso ficar claro que ouvir a população é o meio mais legítimo para reforma política, não é um caminho meia sola como defende a oposição PSDB/DEM e PPS, que a limita a um referendo", afirma o parlamentar.
Guimarães ressalta que o tema está em discussão há 15 anos no Congresso e não avança por falta de consenso sobre os pontos polêmicos. "O plebiscito é a saída, é o diferencial da reforma que tantas vezes já foi discutida no Congresso Nacional. É a melhor forma de destravar o debate e instituir uma reforma política duradoura e que oxigene nossa democracia", defende.
O deputado finaliza dizendo que o Parlamento não pode "ficar surdo às vozes das ruas" e que a proposta da presidente Dilma Rousseff retrata o sentimento da população insatisfeita. "O plebiscito vai ao encontro dessas expectativas. A sociedade deve ser ouvida sempre, pois é dela que emana o poder que exercem os seus representantes", conclui o petista.