Se depender do deputado Salvador Zimbaldi (PDT-SP), a famosa família de comercial de margarina será institucionalizada na propaganda brasileira. Relator na Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação do projeto de lei que regulamenta a publicidade infantil, Zimbaldi aproveitou a posição para incluir um artigo exigindo que a unidade familiar representada nos comerciais seja a formada por pai, mãe e filhos.
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Deputado reapresenta projeto que trata da 'cura-gay'Projeto 'cura gay' é arquivado na Câmara Câmara aprova arquivamento de projeto da 'cura gay'Para movimento gay, PT se uniu a religiosos para garantir reeleiçãoSenado adia para agosto votação do projeto sobre gorjeta de garçons"Zimbaldi baseou esse artigo em uma interpretação totalmente equivocada da Constituição, que não faz essa definição de unidade familiar. É um erro grave. Ele está fazendo valer em lei um preconceito dele e achou que ia passar despercebido", disse o deputado Jean Willys (PSol-RJ), que foi o primeiro a chamar a atenção para o caso.
Zimbaldi diz que não vai mudar seu substitutivo e defende que se baseou na Constituição. "Se alguém se sentir incomodado que apresente uma emenda supressiva. Se a maioria quiser retirar eu vou respeitar a decisão, mas eu não vou retirar", afirmou. "Eu não estou falando de pais separados, que hoje isso é muito normal. O que estamos preocupadas é que as pessoas se limitem ao parâmetros. O exemplo de família é pai e mãe".
O deputado, que é ligado à renovação carismática da igreja Católica, garante não ser preconceituoso ou ter problemas com homossexuais e mesmo com a união estável de pessoas do mesmo sexo. Na sua página na Internet, no entanto, consta com destaque um discurso com o título "Zimbaldi é contra a o casamento de pessoas do mesmo sexo". Ele acredita que sua posição vai prevalecer tanto na CCTC quanto na CCJ, e tem certeza que os deputados não vão querer levar o projeto ao plenário.
Jean Willys explica que não faz parte da CCTC, mas acertou com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) para que ele apresentasse uma emenda supressiva. O deputado esclarece que não é contra o projeto, que, na verdade, trata de regras para a propaganda de produtos para crianças de modo geral. "O projeto é maravilhoso. Não queremos derrubá-lo de jeito nenhum. Só temos que retirar esse erro", afirmou.