Foram libertadas na madrugada dessa sexta-feira seis das sete pessoas que tinham sido presas no dia 2 na Operação Violência Invisível, da Polícia Federal. Os suspeitos cumpriram prisão temporária – inicialmente de cinco dias e renovada por mais cinco dias, decretada pela juíza de Pirapora, Arlete Aparecida Coura. Entre eles está o empresário Mateus Roberte Carias, apontado como mentor do esquema que, segundo as investigações, causou prejuízos de mais de R$ 70 milhões aos cofres públicos em 11 cidades mineiras. Mateus ficou preso no Espírito Santo, onde mora. Dos detidos na operação da PF, o único que não foi solto é o ex-prefeito de Pirapora, Warmillon Fonseca Braga (DEM). Outro ex-prefeito detido na operação, José Benedito Nunes (PT), de Janaúba, deixou o presídio regional de Montes Claros na madrugada. Ontem à tarde, a reportagem tentou, mas não conseguiu contato com os advogados de Benedito.
Ainda foi detido na operação da PF o ex-procurador-geral do município de Montes Claros, na gestão de Tadeu Leite, de 2009 a 2012, Sebastião José Vieira Filho, que cumpriu a prisão temporária e foi libertado. No inquérito, consta que Vieira Filho “funcionou como um agente executivo da organização criminosa.” A acusação foi rebatida pelo advogado Erick Rodrigues, defensor do ex-procurador. “Não passa de devaneio com o objetivo único e exclusivo de macular a imagem de um profissional, que sempre pautou a sua vida pela ética”, sustentou. À tarde, Vieira Filho disse que só vai falar no momento que considerar oportuno. “Estou sendo injustiçado. Não cometi nenhum crime e a verdade virá à tona na hora certa”, afirmou.
Também com prisão preventiva decretada, Marcos Vinícius da Silva, que oferecia o “negócio” para as prefeituras, está foragido. Ele havia sido nomeado assessor no gabinete do deputado federal Ademir Camilo e foi exonerado depois da ação da PF.