Segundo o governador, a posição do PSB, definida antes das manifestações, é de que as eleições de 2014 devem ser discutidas apenas em 2014. "É como diz aquele ditado popular: quem tem pressa come cru", argumentou o político, acrescentando que essa postura ganha força diante do momento político do País. "Isso tudo não é um debate eleitoral. É um debate político fundamental para não perdemos 2013. E para que o Brasil não perca as conquistas dos últimos 30 anos", afirmou.
Na visão do político pernambucano, a sociedade brasileira vive um momento delicado, o qual exige bom senso e capacidade de aglutinação dos agentes políticos em torno da construção de um novo pacto político que reflita os anseios da população. "Temos que pensar menos em candidatura e mais no Brasil. Se tivéssemos discutido mais o conteúdo e menos a forma, teríamos avançado mais em 2013. Não é com a velha política que vamos recuperar a crença do povo brasileiro sobre o futuro do País", disse Campos.
Ainda comentando o impacto político das manifestações, o governador de Pernambuco classificou como "conjuntural" a forte queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, segundo o último levantamento do Datafolha. "O mais importante neste momento é não perder o rumo estratégico do Brasil", argumentou.
O político destacou que o País vem registrando fraco crescimento econômico nos últimos três anos e há uma perda de confiança dos investidores em relação aos rumos da economia, o que gera um ciclo negativo para o País. "Precisamos mostrar que o Brasil é uma democracia sólida e segura e passar a confiança aos investidores internos e externos para garantir os investimentos" afirmou.
Nesse contexto, Campos propôs que os partidos, da situação e da oposição, se unam para evitar uma piora da economia. Numa crítica indireta, ele argumentou que é fundamental o governo federal reforçar seu compromisso com o equilíbrio fiscal e retomar o diálogo antes de tomar decisões.
Campos ainda afirmou que o PSB é a favor da realização de plebiscitos como um instrumento de garantir a maior participação popular nas decisões importantes da sociedade brasileira. "O plebiscito é um instrumento que tem que ser mais utilizado na vida do País. É um instrumento presente na Constituição Federal e que só foi usado em duas oportunidades de 1988 para cá", argumentou.
Apesar dessa posição, Campos se mostrou contrário à realização do plebiscito proposto pelo governo federal para promover uma reforma política ainda em 2013, o que violaria o princípio da anualidade das regras eleitorais, dada a proximidade com as eleições de 2014. "Fazer um plebiscito e ferir a Constituição no que diz respeito ao princípio da anualidade, não concordamos", afirmou, lembrando que o princípio da anualidade justamente existe para evitar que os governos no poder alterem as regras eleitorais em benefício próprio.