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Comando do Exército sabia de torturas durante a ditadura, diz professoraGabinete de Afif funcionará em prédio do ExércitoDilma destaca em mensagem 'transformação' do ExércitoMissão no Haiti já custou R$ 1,9 bihão ao ExércitoBrasil deve escolher caças suecos para programa de defesaOrçamento de 2014 não prevê recursos para compra de caçasDelegação russa chega ao Brasil para negociar caçasComissão de Relações Exteriores discutirá compra de caçasOs aviões, fabricados no começo dos anos 1980 e adquiridos pelo programa FX, do governo Fernando Henrique Cardoso, têm como principal missão defender o Distrito Federal e ainda servem de apoio a outras bases. Militares ouvidos pelo Estado de Minas afirmam que essa aposentadoria já começou, gradualmente, e revelam apreensão com a chance de os modelos mais antigos em atividade, os norte-americanos F-5, serem cortados por razões técnicas. Esses últimos têm baixa prevista só em 2025, mas são o principal alvo de uma licitação em curso.
Técnicos da FAB destacam ainda que a pequena frota de Mirages 2000, conhecida como de caças de múltiplas missões, tem vantagens sobre as 57 unidades F-5, como velocidade superior e alta performance em combate, além de poderem ser reabastecidos em voo. Ao contrário das duas primeiras frotas de jatos militares, os 53 AMX, fruto da parceria entre Brasil e Itália, têm perfil de ataque e não de defesa e interceptação.
Em outra ponta, o governo da França não consegue mais esconder a sua irritação com a demora na escolha pela Presidência da República entre as ofertas apresentadas, agravada pelos recentes sinais favoráveis à alternativa da Boeing. Uma prova desse descontentamento é que a Aeronáutica francesa estará ausente este ano, pela primeira vez, no Cruzex Flight, exercício internacional da aviação de combate organizado pelo Brasil, com 11 delegações estrangeiras confirmadas.
São esperados 2 mil militares no maior evento dessa natureza na América do Sul, que será realizado em Natal (RN), em novembro. Sem apresentar justificativa e até então um dos destaques da atividade, os famosos caças franceses estarão ausentes pela primeira vez desde que o festival começou, em 2002. O Cruzex Flight deverá representar um voo de despedida oficial da dúzia de Mirages 2000 da FAB.
Jean-Marc Merialdo, diretor da Dassault no Brasil, afirma não saber qual é a exata situação da concorrência internacional, “nem quando o governo decidirá ou mesmo se decidirá”. De toda forma, promete continuar atento à disputa, defendendo qualidades do produto e da parceria tecnológica incluída no pacote. “Acreditamos atender todos quesitos exigidos”, resumiu.
Favoritismo americano
Um dos indícios de que a briga bilionária para modernizar a frota de caças da FAB pende a favor da norte-americana Boeing é a imagem que circula em sites dedicados à aviação militar, com caças norte F-18 pintados nas cores da Força Aérea Brasileira. Antes disso, o favoritismo da francesa Dassault tinha sofrido o baque da negativa de uma definição feita pela presidente Dilma Rousseff ao colega François Hollande, no fim do ano passado, alegando dificuldades diante da crise econômica internacional.
Nesse meio-tempo, a Boeing, que em 2011 montou escritório em São Paulo e contratou a ex-embaixadora Donna Hrinak para ser seu rosto no Brasil, abriu este ano filial em Brasília. Além disso, anunciou parcerias com o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e universidades para desenvolver vários projetos industriais e intercâmbios.
O presidente mundial da fabricante, Jim McNerney, que comanda também o conselho de exportação do governo norte-americano, mostrou recentemente confiança na escolha da empresa, garantindo oferecer o melhor produto com a promessa de compartilhar tecnologia. Na última proposta da Boeing para o FX-2 foi incluído, além dos 36 caças, farto arsenal e equipamentos de terra.
Correndo por fora, a sueca Saab avisou que já colocou em produção o modelo Gripen, que ofereceu ao Brasil. “Estamos bastante confiantes de que fizemos uma proposta de custo bastante efetiva e, ao mesmo tempo, consistente com a intenção do governo de proporcionar um salto tecnológico à indústria aeroespacial brasileira”, observou Andrew Wilkinson, diretor da fabricante sueca, à reportagem. (SR)