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O jornal O Estado de S.Paulo ainda colheu depoimentos de servidores que, sob a condição de anonimato, disseram que alguns parlamentares pedem o dinheiro para eles.
A extinção do auxílio-moradia, benefício de R$ 2.250 que era recebido mensalmente pelos 94 deputados, foi determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 9 de maio - duas semanas antes de os parlamentares elevarem a verba destinada a servidores nos gabinetes.
Relatos
Um funcionário da Assembleia relatou à reportagem que tem de repassar ao deputado a que serve o valor atribuído como GED. “Não é correto, né? Mas é uma prática que ocorre.” Também com o pedido de sigilo sobre seu nome, um deputado contou que um funcionário de um colega parlamentar lhe disse que em dia de pagamento muitos servidores do gabinete fazem fila para devolver valores. “Dá vontade de chamar a Polícia Federal para averiguar isso.”
Outro funcionário relatou haver casos de deputados que atribuem cotas inteiras para funcionários que acabaram de ser nomeados nos gabinetes. “Se é uma premiação por desempenho, como é que um servidor recém-contratado recebe uma cota inteira tão logo chega à Assembleia?”
O auxílio-moradia foi o segundo benefício que os deputados recebiam e que foi extinto pela Justiça. O primeiro foi o auxílio-paletó, em novembro de 2011. Pelas regras da Casa, os 94 deputados recebiam dois salários a mais por ano pagos em duas parcelas - a primeira era paga integralmente no início do ano, a outra em dezembro aos que compareciam a pelo menos dois terços das sessões legislativas.