O Ministério Público Eleitoral do Rio vai investigar o suposto uso de programas sociais pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) para alavancar a pré-candidatura de seu vice, Luiz Fernando Pezão, ao Palácio Guanabara. O procurador-geral eleitoral fluminense, Maurício da Rocha Ribeiro, disse nesta terça-feira as promotores dos municípios onde os programas têm sido lançados que colham evidências para possivelmente embasar ação que apure suposta conduta política abusiva do governador e de seu vice, a ser ajuizada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele também afirmou que vai instaurar procedimento sobre denúncia da "Folha de S. Paulo" de que beneficiários de programas em Miguel Pereira foram convocados pela prefeitura para ir ao lançamento dos programas na cidade, sob ameaça de perda de benefícios.
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Além de Volta Redonda, também estavam programados para a terça eventos de lançamento da expansão de programas sociais em Piraí e Resende. Nesta segunda-feira, 15, os programas foram lançados em Três Rios, Paraíba do Sul e Comendador Levy Gasparian (também sul), onde serão beneficiadas mais de 3,7 mil famílias, e Miguel Pereira (centro-sul), com 808 famílias atingidas.
"Vamos acompanhar o que está acontecendo nesses municípios, para apurar a conduta de candidatos", disse o procurador, que explicou que o objetivo é preparar uma eventual ação sobre abusos que levem a desequilíbrio na disputa de 2014. "O Rio teve uma antecipação da campanha. Tem três candidatos na rua, (Anthony) Garotinho (PR), Lindbergh (Farias, PT) e Pezão (PMDB)."
Ribeiro afirmou que, no procedimento a ser instaurado para apurar o que aconteceu em Miguel Pereira, enviará um ofício ao promotor local com sugestões de perguntas a serem feitas aos políticos locais.
A Secretaria de Desenvolvimento Social do município atribuiu a convocação ao erro de uma servidora. A reportagem tentou entrevistar a secretária Katia Viana, mas até o início da noite, apesar da promessa, a entrevista não aconteceu.