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Serra critica o programa Mais MédicosMédicos e estudantes fazem protesto em Porto AlegreMédicos marcam novo protesto contra importação de profissionaisPesquisa mostra população dividida sobre contratação de médicos estrangeirosO Programa Mais Médicos, lançado na semana passada, tem como prioridade levar profissionais de saúde às periferias das grandes cidades, aos municípios do interior e àqueles mais distantes, principalmente do Norte e do Nordeste.
"Evidentemente que quando se faz um projeto dessa magnitude, muitos problemas estão sendo resolvidos. A postura tem sido de diálogo para ajustar esses pontos", disse após a reunião, o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo. Segundo ele, a UnB não tem infraestrutura para o prolongamento do curso e o assunto ainda será discutido por professores e alunos. "Ainda não temos uma posição firmada ", disse. "Não temos estrutura, mas vamos começar a trabalhar nisso, ainda temos tempo, sete anos até que os alunos cheguem a esta etapa obrigatória", completou.
Também presente na reunião, o presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), Gilberto Gonçalves Garcia, disse que segundo ciclo, o prolongamento do curso em mais dois anos, demandará não apenas infraestrutura mas uma revisão de todo o curso de medicina. "O segundo ciclo é uma consequência de uma nova visão médica. Fazer a mudança significa mexer em toda a estrutura. Não vamos fazer um 'puxadinho curricular', é uma concepção de começo, meio e fim", disse Garcia. O CNE terá 180 dias para definir as novas diretrizes curriculares. Garcia explicou ainda que não serão definidas disciplinas, mas grandes eixos de competências e habilidades que o aluno egresso deverá ter.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu, em entrevista à imprensa, as críticas de entidades médicas sobre a prolongação do curso de medicina. Segundo elas, o chamado segundo ciclo são serviço social obrigatório. Padilha ressaltou que os dois anos a mais ocorrerão sob a supervisão da faculdade. "O segundo ciclo vai acontecer em torno da universidade em que o estudante vai se formar, com supervisão da faculdade. Não é tirar um médico de Porto Alegre e mandar para o interior da região amazônica", disse.
Sobre a atuação das universidades na orientação dos médicos que vão participar do programa, Padilha declarou que nenhum médico deve ficar sem supervisão e que as universidades devem se candidatar para orientá-los. O ministro ainda não tem uma estimativa de quantos médicos já se inscreveram nem quantas são as instituições que desejam participar do programa.