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Estado de Minas

Renan cancela viagem de avião para visita de senadores ao papa Francisco

A decisão evita gastos extras com a compra de passagens aéreas e diárias de R$ 581 para 10 senadores que fariam parte da comitiva


postado em 17/07/2013 12:59 / atualizado em 17/07/2013 13:19

(foto: Valter Campanato/ABR )
(foto: Valter Campanato/ABR )

O presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB/AL), resolveu recuar, nesta quarta-feira, na autorização que ele próprio havia dado para envio de uma comitiva de 10 senadores ao Rio de Janeiro para acompanhar a visita do papa Francisco – que chega a à capital fluminense na próxima segunda-feira (22) e se despede dos fiéis católicos no domingo (28/07) após ir a Aparecida do Norte, em São Paulo, na terça-feira (23).

Calheiros desautorizou ele próprio para evitar um custo adicional com as despesas dos 10 senadores. Os senadores já têm direito a uma cota mensal que varia, de acordo com o estado de origem do senador, de R$ 21.045, 20 a R$ 44.276,60 para o exercício parlamentar, que inclui, entre outros ítens, também despesas com a compra de passagens áéreas.

Além das despesa extra com a compra das passagens, de praxe em casos de missões oficiais, os 10 senadores teriam direito a diárias de R$ 581 durante a estada no Rio de Janeiro. Hoje, o valor das diárias varia de R$ 460, para cidades com até 200 mil habitantes, a US$ 416 (cerca de R$ 900) para países fora do circuito da América do Sul.

Telhado de vidro

Renan estava entre os 10 senadores que iriam ao Rio de Janeiro para pedir as benção do papa Francisco. No entanto, o cancelamento parece estar seguindo a lógica de Calheiros - depois dos protestos nas ruas que varreram o país no mês passado-, de manter uma agenda positiva do Senado em envidência.

Neste mês, Renan, junto com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RGN), foram denunciados por usar aviões da FAB para viagens particulares. Calheiros usou o avião para participar de um acasamento em Porto Seguro, no último dia 15 de junho, da filha do líder do governo no Senado, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Alves, por sua vez, fez uso de uma aeronave para assistir a um jogo da seleção brasileira, no Rio de janeiro, durante a Copa das Confederações.

Câmara

Na contramão do Senado, a Câmara dos Deputados não desistiu do “voo do papa” para levar parlamentares à recepção oficial ao papa Francisco, no próximo dia 22 de julho. Até aqui, a informação extra-oficial, é que pelo menos 20 deputados já pediram ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para entrar na comitiva que vai recepcionar o pontífice.

Os líderes partidários, por sua vez já foram convidados por Alves e aguardam ainda mais informações para saber se será possível a carona em um avião da FAB para todos.

Um modelo de maior capacidade deverá ser requisitado, uma vez que a aeronave usada de forma mais constante pelos dirigentes do Legislativo dispõe de 14 poltronas. A viagem terá caráter oficial. O convite aos parlamentares foi feito pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, que organiza a Jornada Mundial da Juventude.

A composição da comitiva ainda não foi fechada pela presidência da Câmara, nem a aeronave foi solicitada oficialmente à FAB.

A viagem para a recepção ao papa será a primeira de Alves ao Rio desde a final da Copa das Confederações, em 30 de junho. Naquela ocasião quem se beneficiou da carona foram amigos e familiares do presidente da Câmara. Alves levou a noiva, Laurita Arruda, o irmão dela, Arturo, e sua esposa, Larissa, além de um filho e dois enteados.


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