O Planalto lançou nesta quarta-feira em caráter experimental na internet o "Participatório - Observatório Participativo da Juventude", uma rede social inspirada no Facebook, para atrair a faixa etária de 15 a 30 anos. Idealizado há um ano, o projeto sai da gaveta semanas depois da onda de protestos de jovens nas ruas e da queda brusca da popularidade da presidente Dilma Rousseff, de governadores e de prefeitos.
A rede, como o governo fez questão de ressaltar, é desenvolvida desde a 2ª Conferência Nacional da Juventude, no ano passado por pesquisadores e técnicos das universidades federais do Rio e do Paraná. O lançamento do projeto, porém, foi incluído num pacote de medidas e apostas do governo para tentar se aproximar dos jovens e diminuir as críticas de um possível afastamento dessa faixa etária.
O Planalto considera que a União Nacional dos Estudantes (UNE), um dos seus tradicionais interlocutores, tem sua imagem associada nas ruas a políticos e ao próprio governo.
No primeiro dia de teste, os moderadores da rede sugeriram aos internautas debater a reforma política, o enfrentamento da violência contra a juventude negra e o direito à cidade e ao território. Parte dos participantes discutiram os temas propostos e outros fizeram críticas e elogios ao governo e abordaram questões diversas, como o aumento do IPVA dos carros, a falta de vestiários para quem usa ciclovias e a "cultura dos enlatados do sistema capitalista". É um "Facebook" para jovens "politizados".
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, disse que a proposta do Participatório é abrir um espaço de consulta à juventude. "É uma forma de ter um diálogo direto dos jovens com a presidenta (Dilma Rousseff) e ministros do governo", disse. "É uma ferramenta para irmos ao encontro dessa participação", completou. Ele observou que a rede ainda opera em caráter provisório e será lançado oficialmente nos próximos dias pela presidente. O endereço da nova rede na internet é o participatório.juventude.gov.br.