O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, criticou nesta quinta-feira o PMDB, que, de acordo com ele, "tenta se aproveitar da fragilidade de um momento delicado como o que passa o País para expor ainda mais um governo que ajudou a construir e do qual é aliado".
Leia Mais
PMDB orienta parlamentares a terem cautela ao tirar fotografias na praia ou no exteriorAlves diz que PMDB discute duas propostas sobre reformaSe fosse do PMDB também estaria insatisfeito, diz AécioPara Campos, denúncia de superfaturamento é 'política'Raupp diz que insatisfação do PMDB 'não é blefe'Eduardo Campos retoma visitas ao interior de PernambucoCâmara gasta R$ 28,4 mil com festa do PMDB"Não precisamos deste tipo de observações para nos aproximar do que preocupa as ruas", complementou. "Preferimos ficar com questões de conteúdo, como preocupações com a economia". Ele disse torcer para que o Brasil retome o crescimento econômico. "Não queremos 2013 perdido, isso não serve ao povo brasileiro", afirmou. "Não vamos fazer a velha política, da pegadinha, do constrangimento."
Em agosto, o PSB deve entregar ao governo federal propostas de mudanças na política econômica do País. Segundo Campos, houve um debate com o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes há 60 dias sobre a economia e o partido debaterá com personalidades das mais diferentes visões para elaborar um documento que servirá de referência à militância e que será encaminhado à administração federal como uma contribuição ao País. Conforme o líder da legenda PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), "a economia brasileira está afundando".
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB disse ser "público e notório" que o Poder Executivo federal acelerou o processo de procurar conhecer os parlamentares depois das manifestações das ruas. "A agenda da presidente foi alterada para isso", reconheceu, ao afirmar que a sigla continuará a ajudar o Executivo federal. "Sempre foi assim", pontuou.
Campos considerou cedo para se avaliar quem sai fortalecido com os protestos nas ruas. "Espero que o Brasil saia fortalecido", afirmou. "Sabemos que quem paga mais a conta é quem está mais exposto, mas este processo está em curso." O governador de Pernambuco e presidente nacional da agremiação disse que a agenda socialista neste semestre será mais voltada para a construção das chapas proporcionais nos governos dos Estados e para destravar uma série de projetos "que ficaram ainda da pauta selecionada pelas ruas".
'Apoios'
Participaram da reunião 16 dos 26 deputados federais do PSB e três dos quatro senadores do partido. Eles deixaram o encontro com a disposição de fortalecer a legenda partido nas bases, buscar mais filiações para a legenda e apoios a Campos. "Catucaram, catucaram e ele amarrou o bode", disse o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) ao afirmar que Campos não assume uma candidatura a presidente. "Como ele não diz que não é e a gente sabe que é, toda a bancada fecha com ele", resumiu. "Vamos buscar mais partidos e coligações para ele", afirmou, ao observar que o trabalho de prospectar novos nomes e apoios andava "devagar", mas agora será intensificado.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) destacou que há uma vontade unânime da bancada e o entendimento de que o governador de Pernambuco e presidente do PSB tem todas as condições de ser candidato a presidente da República. "Este projeto não está condicionado a um eventual desgaste da presidente Dilma", observou. Conforme Rollemberg, a sigla está sintonizado com o desejo da população. Ele disse que os encontros da bancada com Campos serão realizados mais vezes, em Brasília.