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Estado de Minas

Em carta enviada ao Diretório do PT, Dilma insiste em plebiscito para reforma política

O Diretório está reunido neste sábado, mas a presidente não compareceu atribuindo a ausência aos preparativos para a recepção do papa Francisco


postado em 20/07/2013 12:26 / atualizado em 20/07/2013 12:59

A presidente Dilma Rousseff entregou na manhã deste sábado uma carta aos membros do Diretório Nacional do PT defendendo a realização de um plebiscito para a reforma política e reafirmando que o governo e o partido ouviram a voz das ruas. Dilma, que foi convidada para a reunião do partido, que é realizada em Brasília, atribuiu a ausência aos preparativos para a recepção do papa Francisco. Pela manhã, a presidente se encontrou com os ministros Celso Amorim (Defesa), Antônio Patriota (Relações Exteriores), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) no Palácio da Alvorada.

A carta foi entregue por um secretário particular da Presidência da República. No documento, de quatro páginas, Dilma diz que gostaria de estar presente ao encontro mas que a vinda do Papa "impõe deveres" aos não "pode faltar". Segundo fontes, Dilma ligou para dirigentes do partido manifestando preocupação com a segurança de Francisco e os últimos protestos no Rio.

Na carta a presidente diz aos militantes que ao longo desses anos ela e os correligionários superaram "os grandes desafios de governar este País" e que agora há o desafio de atender "os anseios que surgiram nas nossas ruas". "(as manifestações) exigem de nós a aceleração e o aprofundamento das mudanças que iniciamos há dez anos. Questionam, sobretudo, os limites e os graves problemas da nossa democracia representativa. Eles querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto a participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, pode criar", insistiu a presidente.

Segundo Dilma, desde o início da onda de protestos ela e o PT conseguiram compreender as demandas dos manifestantes. "Ouvimos as ruas porque nós viemos das ruas. Nos formamos no cotidiano das grandes lutas do Brasil. A rua é o nosso chão, a nossa base." De acordo com Dilma, seu governo não só ouviu as reivindicações como fez propostas concretas através de pactos para melhorar os serviços públicos e dar uma resposta às manifestações.

"Estamos trabalhando duro para atender as justas reivindicações que vêm das ruas", enfatizou a presidente, descrevendo os últimos encontros que teve com representantes de movimentos sociais e entidades. No final do documento, Dilma afirma que não haverá um País "efetivamente novo sem a presença transformadora do PT" e que ao lado do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e da militância petista será possível "construir um Brasil melhor, muito melhor".

Encontro no Alvorada

A presidente se reuniu por pouco mais de duas horas com os quatro ministros. O governo está preocupado com as manifestações que acontecem no Rio e quer que os preparativos assegurem que não haja imprevistos na visita do papa ao País durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Durante esse período, as Forças Armadas estarão atuando na segurança, seguindo as regras da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Isso significa que as Forças Armadas podem ser empregadas caso haja necessidade, já que a coordenação da segurança da visita está entregue ao Exército.

Na segunda-feira, Dilma chegará ao Rio de Janeiro às 15h30 para receber, às 16h, o papa na Base Aérea do Galeão. No Palácio Guanabara, ocorrerá às 17h a cerimônia oficial de chegada do Papa e, às 18h, Dilma terá um encontro privado. Às 19h, a presidente volta a Brasília.


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