São Paulo - A Polícia Federal afirma ter encontrado indícios de corrupção passiva dos deputados federais Efraim de Morais Filho (DEM-PB) e Valtenir Pereira (PSB-MT), supostamente envolvidos com a Ideia Digital - empresa que teria sido favorecida em contratos superfaturados com recursos de emendas parlamentares para implantação de internet gratuita em João Pessoa.
A PF cita duas emendas do deputado, no valor de R$ 1,5 milhão, para projetos de inclusão digital na Paraíba com verba do Ministério da Ciência e Tecnologia. A PF captou e-mail de Mário Lago, outro sócio da Ideia, para Tarso. Citam “uma reunião em Brasília” com Efraim. “Há indicativos de ajustes entre esse parlamentar e os sócios da Ideia contemplando as emendas. E-mails reveladores foram encontrados”, diz a PF.
A Ideia é alvo de escândalo envolvendo o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), e o vice, Rômulo Gouveia (PSD). Em 2009, a empresa foi contratada com verba de emenda de Gouveia, então deputado federal. Na ocasião, Coutinho era prefeito da capital paraibana. A PF apurou desvio de R$ 1,66 milhão.
“Em desfavor do deputado Efraim há indícios de corrupção passiva, em troca de ajustes em emendas de sua autoria”, diz relatório apartado da PF. A Controladoria-Geral da União (CGU) fala em “recebimento de vantagem indevida pelo parlamentar”. A PF cita indícios de “haver negociações que relacionem um terreno ao deputado Efraim, o endereço remete a um conjunto de resorts em fase de licença/construção em Barra do Garaú”.
Em 14 de dezembro de 2010, Efraim enviou um link para Paulo de Tarso, da Ideia. “Caro Paulo, assista o vídeo. Acredito que está suficiente como material de apresentação. Abs. Efraim.” Em 1.º de fevereiro de 2011, Lago escreveu para Tarso. “Após a reunião iremos definir o plano de ação com o objetivo de definirmos o escopo da emenda de Efrain.”
Tarso comenta: “O assunto Efraim andou e vamos precisar conversar com ele sobre o projeto que ele comentou, PPP paraibana liberada para trabalharmos”. A PF diz que a Ideia bancou despesas de R$ 235 mil da campanha eleitoral de Valtenir Pereira, em 2010, em troca de emendas para projetos digitais no interior de Mato Grosso. “Não tenho nenhuma vinculação com essa empresa”, rebate Valtenir.
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