Evangélica 'de carteirinha', a ex-senadora Marina Silva - que articula a criação de um novo partido político e já admitiu a intenção de disputar a Presidência da República - deixou de lado crenças religiosas e participou nesta quarta-feira de evento promovido por jovens católicos no Rio de Janeiro, em programação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"Estou aqui porque tenho compromisso com a fé. Católicos ou cristãos evangélicos, são todos cristãos", afirmou. Taxativa, negou qualquer relação entre sua candidatura e a presença em um evento católico. "Não estou aqui como candidata. Falei como alguém que tem uma militância socioambiental", disse.
Atualmente, a ex-ministra do Meio Ambiente (na gestão do presidente Lula) ocupa o segundo lugar na pesquisa Ibope sobre uma eventual corrida à Presidência. Está atrás apenas da presidente Dilma Rousseff.
Para uma plateia de cerca de 70 jovens católicos, Marina enfatizou a necessidade de uma atualização na condução da política no Brasil e no mundo. E arriscou afirmar que foi este o fator estimulador das recentes manifestações populares no País.
Na visão da candidata está surgindo um novo "sujeito político". E completou: "Vai haver uma mudança significativa na forma da realização e na institucionalização da política. Mas, ainda não sabemos como será. Não acredito que será uma ruptura abrupta; muito menos uma transição demorada", previu.
A virtual candidata à Presidência da República informou nesta quarta já ter assinaturas suficientes para a criação do novo partido, o Rede Sustentabilidade.
"Estamos com 810 mil assinaturas precisaremos de 500 mil assinaturas certificadas", revelou. Ela lembra que está em curso o processo de certificação das firmas em cartórios. Marina revelou enfrentar dificuldades de prazo em alguns deles. "Eles têm 15 dias. (...) Obviamente, estamos acompanhando para evitar que se perca o prazo, porque temos até o final de agosto para entrar com o registro no TSE", disse.
Marina está confiante de que, apesar das dificuldades, será possível cumprir todas as exigências. Atualmente, o movimento que apoia a criação do novo partido está fazendo um levantamento de todos os cartórios que estão ultrapassando de "forma demasiada" o prazo. O objetivo é acionar os advogados do Rede para descobrir as razões.