A escolha do deputado federal Júlio Delgado para o comando do PSB em Minas Gerais abre brechas para uma articulação política que pode resultar na aliança política entre socialistas e o PSDB na disputa pelo Palácio da Liberdade no ano que vem e a formação de um palanque duplo para as candidaturas a presidente da República dos principais nomes dos dois partidos: o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). Para chegar à Presidência do PSB, Delgado – que é aliado de Aécio – contou com o apoio da direção nacional de seu partido.
A princípio, a tarefa da nova direção do PSB é tentar alavancar um candidato ao governo de Minas – o nome mais cotado é o do prefeito Marcio Lacerda, mas a resistência dele à ideia já é vista como um não às pretensões de seu partido. Embora haja outros socialistas considerados viáveis, não está descartada uma aliança com os tucanos. Questionado sobre o assunto, o deputado Júlio Delgado ressaltou que nos próximos dois meses ele terá a missão de buscar filiações para garantir chapas fortes de candidatos a deputado federal e estadual.
A tarefa é necessária porque o partido precisa obter pelo menos 5% dos votos no estado, resultado que não conseguiu nas últimas eleições. O índice é necessário para que seja criado um diretório estadual em Minas Gerais – hoje a legenda tem apenas uma comissão provisória. Em todo o país, há diretórios regionais apenas em Pernambuco, que é governado pelo PSB, e no Rio Grande do Sul.
Ainda de acordo com Delgado, nos próximos dias será formado um conselho político para trabalhar as estratégias eleitorais do ano que vem. “É um esforço que não foi feito nos últimos seis meses”, argumentou, referindo-se à gestão de Walfrido. Até então o partido vivia uma crise interna causada pelo rompimento com o PT nas eleições de 2012, quando os petistas optaram por enfrentar o PSB na disputa pela Prefeitura de BH com a apresentação da candidatura do ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias.