A presidente Dilma Rousseff disse que seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva "não vai voltar porque não saiu" da vida pública e que os dois são "indissociáveis". "Esse tipo de coisa não gruda, não cola. Falar em 'Volta, Lula' e tal... eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi."
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Com um forte discurso de defesa da política econômica do governo a presidente afirmou que sua equipe tomou todas as medidas para a "redução de custeio" e, ao falar de inflação, criticou o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso: "Cumpriremos a meta de inflação pelo décimo ano consecutivo. Sabe em quantos anos o Fernando Henrique não cumpriu a meta? Em três dos quatro anos dele (em que a meta vigorou)".
Para Dilma, a inflação está "cadente" e o desemprego, sob controle. A presidente disse ainda que é "tolice meridiana falar que o País não cresce puxado pelo consumo", mas concordou que é preciso investir mais.
Um ministro próximo à presidente disse que a entrevista deixou um recado: "Ela (Dilma) quer dizer que os cabeças ocas que falam 'Volta, Lula' vão ficar falando sozinhos".
Para o ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, Dilma está certa ao dizer que é "indissociável" de Lula, pois ela seria uma "criatura" do ex-presidente, "sem vida própria". Goldman também critica o fato de a presidente afirmar que a inflação está sob controle: "Essa é uma atitude de quem desconhece a realidade e tenta fugir do momento difícil pelo qual o País passa".