A despeito da queda da presidente Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas - e da movimentação para ser candidato à Presidência do ex-governador José Serra (PSDB) - a maior parte dos diretórios estaduais do PSD tende a defender a reeleição da petista em 2014. No entanto, o mapa de apoio à petista no partido comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab é instável: lideranças regionais que o próprio PSD divulga como decididas disseram ao Estado que a questão está em aberto.
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Animado pela queda da presidente, Serra confidenciou a aliados que alimenta o sonho de disputar a Presidência pela terceira vez. O tucano voltou a participar de debates, deu entrevistas, aumentou a frequência de reuniões com aliados e até viajou a Brasília para encontrar senadores “independentes”.
Um dos principais aliados de Serra, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), tem dito que as portas da sigla estão abertas para o ex-governador. Com o nome do senador mineiro Aécio Neves consolidado como provável candidato tucano ao Planalto, Serra avalia a hipótese de se filiar ao PPS.
Sem fusão
Um dos obstáculos é que a fusão com o PMN - que poderia elevar a atual bancada de 11 deputados do PPS e, consequentemente, o tempo na propaganda de rádio e TV - não vingou. Com isso, para ter uma candidatura competitiva, Serra teria de atrair o apoio do PSD do amigo Kassab, quarta maior bancada da Câmara.
Embora considerado improvável pela maioria do partido, o apoio ao ex-governador é uma hipótese avaliada pela cúpula da sigla. Na quarta-feira, 24, o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, opinou que, caso Dilma não concorra, o partido poderá apoiar Serra. Entre os dez diretórios que se declaram indecisos, o Amapá admite a hipótese de apoiar Serra se Kassab decidir assim. “Vamos acompanhar a decisão que for tomada lá”, afirmou o presidente do PSD-AP, deputado estadual Eider Pena Borba.
Na maior parte dos diretórios, o nome do ex-governador é visto com ressalvas. Primeiro, porque o tucano não se colocou de fato na disputa e nem Kassab procurou quem quer que seja para avisar que o tucano é candidato. Depois, porque o PPS é um partido com pouca estrutura nos Estados. “Fora do PSDB (Serra) vai ter dificuldade de montar palanques regionais”, afirmou o deputado Vilmar Rocha, presidente do PSD goiano.
Além disso, Serra é tido como um político muito rodado num cenário em que o eleitor pode preferir mudanças. “O PSD partir para um apoio do PPS porque o Serra é o candidato seria difícil. O PPS é um partido minoritário em quase todos os Estados”, afirmou o presidente do PSD-PA, Sérgio Leão.
Para o presidente do diretório baiano, o vice-governador Otto Alencar, a aliança com o PT está consolidada no plano estadual e no nacional. “Aqui minha aliança com o governador Jacques Wagner não terá nenhuma distensão.” Em alguns dos Estados em que o PSD não tomou posição oficial, dirigentes afirmam esperar uma redefinição do quadro político.
É o caso de Goiás, Amazonas, Paraná, Espírito Santo e Roraima. Paraíba e Rondônia, que estavam entre os primeiros diretórios a declarar apoio à reeleição, agora se dizem indefinidos por causa da conjuntura estadual. O presidente do diretório gaúcho, deputado Danrlei de Deus, havia dito em maio que “acompanharia a luta de Dilma” e que “todos no partido confiam cegamente no trabalho de Kassab”. Agora, diz que vai seguir a Executiva nacional.
Em SP
O diretório do PSD em São Paulo, maior colégio eleitoral do País e Estado onde o presidente do partido, Gilberto Kassab, pode sair candidato a governador, sinaliza apoio à reeleição de Dilma Rousseff. O presidente do partido no Estado, Rubens Jordão, afirmou que já fez 80% das consultas e que a maioria opta pelo apoio à reeleição. Ele diz que pretende apresentar a posição do diretório paulista ainda em 2013.
Em Minas Gerais, o presidente do diretório, Paulo Simão, declarou ao Estado que a tendência é apoiar Dilma. Entretanto, parlamentares do PSD mineiro ameaçam deixar o partido caso isso ocorra. A maioria prefere caminhar com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).