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CNI/Ibope: Cabral tem pior avaliação entre governadoresCabral convoca reuniões de emergência para tratar de manifestações no Rio de JaneiroMP investiga suposta conduta política abusiva de CabralCabral aumenta em 98% gastos com 'operações aéreas'Alguns auxiliares e ministros próximos da presidente não veem razão para prosseguir com os encontros marcados por gentilezas e afetos. O governador, admitem, entra nos dois anos finais de mandato em uma situação “dramática”. A pesquisa CNI/Ibope da semana passada, ao mostrar que só 12% dos entrevistados avaliam Cabral como ótimo ou bom, indicou também que é justamente no Rio que Dilma tem a sua pior avaliação no País - 19% de aprovação.
Em conversas mantidas antes da pesquisa, a presidente definiu o discurso com seus ministros - a ideia era não se pronunciar sobre a repressão policial aos protestos do Rio. O Planalto avaliou que essa era a melhor forma de não “pular do barco” pilotado por Cabral e, ao mesmo tempo, de evidenciar que a violência nas ruas, criticada por muitos, era problema estadual. Um ministro próximo de Dilma chegou a avaliar, em um encontro com ela, que a má condução de Cabral na crise - com o uso abusivo da polícia - ao menos diminuiria a pressão do governador de tentar ser o vice na chapa do PT na eleição presidencial do próximo ano.
Outro cuidado, nas tarefas diárias do Planalto, era evitar um racha com Cabral após a decisão do diretório do PT fluminense de lançar candidato à sucessão estadual - o senador Lindbergh Farias. Há tempos Cabral havia acertado com o Planalto o apoio, em 2014, ao seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Apoio em baixa
O apoio à aliança com o governador não tinha sido abalado, na avaliação do Planalto, pelos episódios que o aproximavam do empresário Fernando Cavendish, então dono da Delta Construções, que mantinha contratos com o governo do Estado. Cabral e Cavendish foram fotografados em cenas deselegantes, com guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris, e viajaram juntos com suas famílias para Porto Seguro.
Essa avaliação começou a mudar no mês passado, com a violência na rua, os protestos diante de sua casa e as denúncias de que usava um luxuoso helicóptero oficial para viagens de fim de semana. Numa coletiva para se explicar sobre a compra do aparelho - parte da “agenda positiva” do Planalto - o governador não gostou das perguntas e foi embora, deixando sozinhos os ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades).
O constrangimento foi relatado a Dilma, que no momento prepara um evento para formalizar a anunciada ajuda de R$ 50 bilhões para Estados e municípios. O lugar de Cabral no evento está garantido - mas numa cadeira afastada do palco.
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