Jornal Estado de Minas

Trabalhadores são barrados em fazenda invadida em São Paulo

Agência Estado
Cerca de 500 trabalhadores estão impedidos de trabalhar na Fazenda Santo Henrique, da empresa de laranja Cutrale, em Borebi, interior paulista, invadida na manhã desta quarta-feira por 300 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST). A empresa orientou seus advogados para entrarem com pedido de reintegração de posse na Justiça. É a quinta invasão pelo movimento nos últimos quatro anos. A área já havia sido ocupada no início de junho deste ano, mas a Justiça determinou a retirada dos invasores.
O movimento alega que os 2,6 mil hectares são terra pública. A propriedade é objeto de ação reivindicatória movida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No dia 10 deste mês, a Justiça Federal bloqueou a matrícula da fazenda, acatando pedido de tutela antecipada feita pelo Incra, por meio da Advocacia Geral da União (AGU). A medida impede qualquer transação com o imóvel até o julgamento final do processo.

De acordo com Ana Carolina Mazin, da direção estadual do MST, a ocupação visa a pressionar para que o processo tenha continuidade. "Reivindicamos que as terras sejam retomadas e transformadas em assentamentos da reforma agrária." Segundo ela, o objetivo da ocupação não é causar destruição ou vandalismo, mas denunciar o uso indevido das terras da União.

A Cutrale informou em nota que já demonstrou a legalidade na aquisição da fazenda, que gera empregos e apresenta alta produtividade, e vai tomar as medidas para que as atividades sejam retomadas. O Incra informou que, embora a 1ª Vara Federal de Ourinhos tenha bloqueado a matrícula do imóvel, ainda não há decisão definitiva sobre a posse do imóvel. A intenção do órgão, caso a decisão favorável, é destinar a área para assentamento de trabalhadores sem terra.

Na invasão anterior, paredes e veículos foram pichados e toneladas de laranja madura se perderam - a empresa calculou o prejuízo em R$ 200 mil. Em 2009, durante outra ocupação, os invasores depredaram as instalações e usaram um trator para derrubar 12 mil pés de laranja.