Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara dos Deputados, disse nesta quarta-feira que é preciso "distensionar" a antecipação do processo eleitoral e dar tempo para que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), corrija suas reações e supere o momento de queda de popularidade. "O remédio agora é governar. Todos (os governadores) têm que governar. A Dilma tem que governar e o Cabral tem que governar. Eleição é no ano que vem", afirmou.
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Jovens ignoram apelo de Cabral para dar uma trégua aos protestosSérgio Cabral precisa de tempo pra superar queda, diz Eduardo Cunha Cabral é xingado durante visita a Campo GrandeCarvalho repudia boato de que teria apoiado protestos contra CabralManifestantes continuam acampados perto do prédio de Sérgio CabralCabral admite que errou ao dialogar pouco com aliadosO acampamento de jovens na porta da casa do governador, no Leblon (zona sul); a continuidade dos protestos; a reação da PM e a revelação de que um dos helicópteros oficiais é usado para levar o governador, a mulher, os filhos, a babá e o cachorro Juquinha à casa de veraneio em Mangaratiba pioraram a imagem de Cabral, no momento em que muitos governantes tiveram abalos na popularidade. A aprovação do governador do Rio chegou a apenas 12%, segundo pesquisa CNI/Ibope.
Cunha lembrou que as manifestações de junho foram contra todos os governantes e admitiu que Cabral teve "reações equivocadas" durante os protestos. "Ficaram na rua dele uma semana acampados e ele não reagiu, tinha de ter reagido. Passou uma imagem ruim, de falta de autoridade. Depois quando ele reagiu, talvez tenha reagido com uma virulência maior que o habitual. Ele tem que arrumar as reações. Se ele tiver as reações corretas, obviamente ele vai se recuperar", acredita.
Para o líder, que pretende conversar pessoalmente com o governador na próxima semana, é preciso "desestressar" do processo antecipado da sucessão de 2014 que, segundo ele, teria partido equivocadamente do PT e acabou contaminando as eleições regionais. "Não podemos viver (antecipadamente) a eleição", pregou. O deputado comparou a situação de Cabral a um jogo de futebol, onde o time leva três gols do adversário e precisa reagir, mas no momento adequado.
Em sua avaliação, as dificuldades enfrentadas hoje pelo governador do PMDB não beneficiam o deputado federal Anthony Garotinho (PR) ou o senador petista Lindbergh Farias, possíveis candidatos à sucessão de Cabral. "Quem vai ganhar com isso é um Freixo da vida", constatou o peemedebista, numa referência ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Cunha negou que Cabral esteja se sentindo desamparado pelos aliados, entre eles a presidente Dilma Rousseff e o prefeito Eduardo Paes (PMDB). "Não vejo o Paes se distanciando em nada", afirmou.