Jornal Estado de Minas

Ex-prefeito de Pirapora tenta mais uma manobra para escapar da cadeia

Maria Clara Prates
Depois de duas condenações por improbidade administrativa, no último mês, que resultaram na cassação de seus direitos públicos por cinco anos, a defesa do ex-prefeito Warmillon Braga tenta mais uma cartada para livrá-lo da cadeia. Para isso, os advogados do político estão pedindo o afastamento da juíza criminal de Pirapora, Arlete Coura, dos processos em andamento contra Braga naquela comarca. A alegação para pedir a suspeição é “perseguição política”.


Warmillon Braga está preso desde 2 de julho, quando foi deflagrada a Operação Violência Invisível, por ordem da juíza. A investida policial tinha com foco reprimir uma sangria nos cofres públicos de cerca de R$ 70 milhões por meio do uso de precatórios falsos para quitação de dívidas com a União, em Minas e outros 10 estados.


Apesar dos esforços para driblar a Justiça, Braga – colecionador de mais de uma centena de processos por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito – perdeu anteontem mais um round na tentativa de se livrar da cadeia. A 5ª Câmara do Tribunal de Justiça de Minas julgou o mérito de um habeas corpus e negou o pedido de liberdade para o político. Nesste caso, de acordo com o Ministério Público, o ex-prefeito é acusado de fraudar licitação para coleta de lixo em Pirapora, beneficiando empresa de sua propriedade, porém registrada em nome de “laranjas” (sócios fictícios).


 Logo após a investida da polícia, Warmillon conseguiu uma liminar para aguardar a conclusão do inquérito em liberdade que, no entanto, não produziu efeitos. Ele estava preso por força de outro mandado de prisão, que foi mantido liminarmente. O ex-prefeito aguarda o julgamento em uma cela da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana da capital.


Durante 16 anos consecutivos, Warmillon exerceu o cargo de prefeito de Lagoa dos Patos e Pirapora. Ele já tinha planos de disputar a mesma cadeira nas últimas eleições municipais, dessa vez em Montes Claros. Os planos foram por água abaixo quando decisão do Supremo Tribunal Federal vetou a figura dos prefeitos itinerantes. Ainda assim, o político não desanimou, decidiu se candidatar a uma cadeira do Legislativo estadual, aonde pretendia chegar como o parlamentar mais bem votado de Minas. Uma trajetória interrompida pela prisão.