Depois de duas condenações por improbidade administrativa, no último mês, que resultaram na cassação de seus direitos públicos por cinco anos, a defesa do ex-prefeito Warmillon Braga tenta mais uma cartada para livrá-lo da cadeia. Para isso, os advogados do político estão pedindo o afastamento da juíza criminal de Pirapora, Arlete Coura, dos processos em andamento contra Braga naquela comarca. A alegação para pedir a suspeição é “perseguição política”.
Apesar dos esforços para driblar a Justiça, Braga – colecionador de mais de uma centena de processos por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito – perdeu anteontem mais um round na tentativa de se livrar da cadeia. A 5ª Câmara do Tribunal de Justiça de Minas julgou o mérito de um habeas corpus e negou o pedido de liberdade para o político. Nesste caso, de acordo com o Ministério Público, o ex-prefeito é acusado de fraudar licitação para coleta de lixo em Pirapora, beneficiando empresa de sua propriedade, porém registrada em nome de “laranjas” (sócios fictícios).
Logo após a investida da polícia, Warmillon conseguiu uma liminar para aguardar a conclusão do inquérito em liberdade que, no entanto, não produziu efeitos. Ele estava preso por força de outro mandado de prisão, que foi mantido liminarmente. O ex-prefeito aguarda o julgamento em uma cela da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana da capital.
Durante 16 anos consecutivos, Warmillon exerceu o cargo de prefeito de Lagoa dos Patos e Pirapora. Ele já tinha planos de disputar a mesma cadeira nas últimas eleições municipais, dessa vez em Montes Claros. Os planos foram por água abaixo quando decisão do Supremo Tribunal Federal vetou a figura dos prefeitos itinerantes. Ainda assim, o político não desanimou, decidiu se candidatar a uma cadeira do Legislativo estadual, aonde pretendia chegar como o parlamentar mais bem votado de Minas. Uma trajetória interrompida pela prisão.