Os vereadores de Belo Horizonte terão uma recepção nada calorosa no retorno aos trabalhos, depois de 30 dias de recesso. Um mês depois da desocupação da Câmara Municipal, manifestantes prometem voltar nesta quinta-feira à Casa. Com ironia, eles afirmam que vão recepcionar os parlamentares. O evento, organizado por meio das redes sociais, recebeu 413 confirmações de pessoas no facebook, até o fim da tarde de ontem. Apesar do Legislativo da capital mineira ter vivido oito dias inusitados, com centenas de pessoas cozinhando, dormindo e discutindo política no saguão e nos jardins, os vereadores recomeçam as sessões plenárias com uma pauta morna e sem propostas efetivas para atender às reivindicações das ruas.
Entre as reivindicações que devem ser levadas hoje aos vereadores está a criação de uma nova proposta que obriga a prefeitura a dar mais transparência às contas do transporte público. A rejeição de uma matéria, que previa a abertura das planilhas da BHTrans, na última reunião plenária da Casa, em 29 de junho, foi um dos motivos da ocupação. O movimento conquistou a redução das tarifas de ônibus de R$ 2,80 para R$ 2,65.
O Secretário-Geral da Casa, vereador Leonardo Mattos (PV), afirmou ontem que os parlamentares vão receber os manifestantes “de braços abertos”. Segundo ele, os vereadores estão aguardando o prefeito, Marcio Lacerda (PSB), enviar um projeto de lei que atenda às reivindicações de integrantes das ocupações urbanas da capital que ficaram acampados na prefeitura por 30 horas até anteontem.
Votação
Enquanto não apresentam propostas que atendam às manifestações, os vereadores votam projetos que criam datas comemorativas. Estão na pauta de votações de hoje duas matérias de autoria do vereador Joel Moreira (PTC): a que institui o Dia Municipal da Mulher de Carreira Jurídica e a que cria a Semana Municipal das regionais Barreiro, Venda Nova, Pampulha, Leste, Norte, Noroeste, Nordeste, Oeste e Centro-Sul. Além delas, outras quatro estão na pauta.
Para evitar nova ocupação, o Legislativo quer reforçar a segurança. Foi publicada na semana passada no Diário Oficial do Município (DOM) a Portaria 14.700, que cria a Comissão Especial de Estudos sobre Segurança Institucional, com dois vereadores policiais entre seus integrantes, o delegado Edson Moreira (PTN) e o coronel Piccinini (PSB). Além deles, integram a comissão quatro funcionários, entre eles o diretor-geral e o coordenador de Segurança da Câmara. O objetivo é estudar alternativas para tornar a Casa mais segura.