A volta do recesso parlamentar dos vereadores de Belo Horizonte, nesta quinta-feira, foi bastante tumultuado e resultou em mais uma ocupação da Casa. Manifestantes organizaram uma “recepção” aos parlamentares e com cartazes, gritos e palavras de ordem, fizeram com que os integrantes do Legislativo municipal derrubassem a sessão desta tarde por falta de quórum, já que não conseguiram falar. Logo após o fim da sessão, a maioria dos manifestantes foi embora, mas três deles – dois homens e uma mulher -, decidiram permanecer nas galerias. Eles reivindicam que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) abra as planilhas de custos do transporte da capital e decidiram fazer greve de fome até que o objetivo do protesto seja alcançado.
De acordo com o vereador Adriano Ventura (PT), que conversou com os três, juntamente com outros manifestantes, a intenção deles é permanecer na Casa durante a noite. Ainda segundo Ventura, além de ficar no local, eles estão dispostos a realizar greve de fome. No entanto, o parlamentar lembrou que, diferentemente do protesto anterior, desta vez não há uma estrutura montada que garantiria infraestrutura mínima para o ato. Sobre a posição da PBH, o petista espera que a forma como são definidas as tarifas do transporte na capital se tornem públicos. “A gente aposta que isso vai acontecer que o governo vai abrir as planilhas. Não é possível que o governo não vai ceder”, acredita.
Mais cedo, os vereadores foram impedidos de falar e vários deles protestaram contra a postura dos manifestantes. O presidente em exercício, o vereador Wellington Magalhães (PTN) afirmou que irá trabalhar por maior segurança na Casa e lamentou as manifestações populares que teriam, segundo ele, desrespeitado a fala dos vereadores. “Para mim (essa manifestação) é partidária, não é a voz do povo”, afirmou o parlamentar. “A Câmara não vai impedir a entrada de ninguém, mas isso deve ser feito com segurança”, completou, lembrando a criação de uma comissão especial de estudos sobre segurança institucional.
No mês passado, o Legislativo da capital mineira viveu oito dias inusitados, com centenas de pessoas cozinhando, dormindo e discutindo política no saguão e nos jardins, os vereadores recomeçam as sessões plenárias com uma pauta morna e sem propostas efetivas para atender às reivindicações das ruas.