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Vereadores de BH vão ser "recepcionados" no retorno pelos jovens que ocuparam a CâmaraVereadores de BH não voltam ao trabalho após desocupação da CâmaraApós seis dias, ocupação da Câmara de Vereadores de Santa Maria chega ao fimVereadores do Recife aprovam matéria sem saber no que estão votando"Tínhamos dez projetos para votar e só votamos um", disse Pauléra. Segundo ele, o vidro também poderá impedir uma possível agressão a um dos vereadores por parte do público durante a discussão de um assunto polêmico. "Impede que alguém arremesse algum objeto em direção ao plenário", diz.
Na última terça-feira, dois grupos de espectadores se agrediram fisicamente e gritaram palavras ofensivas aos vereadores. O tumulto começou depois que os vereadores arquivaram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava denúncias contra o prefeito Valdomiro Lopes (PSD) e seus principais assessores, acusados de receber propinas e presentes milionários de empresas que participaram de concorrências públicas no município.
A preocupação com a segurança não é novidade na Câmara: na semana passada, a presidência da Casa instalou um detector de metais na portaria e nesta segunda entrou em operação catracas para identificar qualquer pessoa que entrar na Casa. Para a próxima sessão, nesta terça-feira, Pauléra promete retirar da galeria as pessoas que impedirem a sessão, mas que se as próximas três sessões forem calmas, sem tumulto, ele desiste do "projeto blindagem".
Entretanto, a sessão promete ser agitada porque os manifestantes já anunciaram ato público e a PM diz que vai reforçar o policiamento. "Ainda não decidimos, mas vamos estar lá para criticar essa medida antidemocrática", disse Fábio Luppi, um dos líderes dos manifestantes que acamparam na Câmara por uma semana. "Isso é um gasto desnecessário e só serve para afastar a população das decisões políticas", completou.
O comandante da PM, coronel Azor Lopes da Silva Júnior, confirmou o reforço no policiamento "depois do tumulto da última sessão". "Ainda não sabemos quantos homens vamos usar, mas é certo que reforçaremos o policiamento dentro e fora da Câmara", disse o coronel. Para ele, "a colocação do vidro, como isolante acústico, é bem vinda".
Embora a maioria dos vereadores seja contra a instalação do vidro, na sexta-feira, 2, quatro dos sete líderes de partidos aprovaram o "Projeto de Blindagem". Inicialmente, o vidro seria blindado, mas agora, devido às pressões da população e de vereadores, o presidente da Câmara diz que será um vidro comum, o que reduziu o custo com o projeto, de R$ 120 mil para R$ 40 mil. "Não há necessidade de vidro blindado, mas o detector de metais nós colocamos porque houve informações da imprensa de que pessoas armadas entraram no plenário", diz Pauléra. Com as catracas e detector, Pauléra gastou R$ 14 mil.