Jornal Estado de Minas

Manifestantes e seguranças da Câmara de BH voltam a entrar em confronto

O Procurador-Geral da Casa, Augusto Paulino, afirmou que o pedido de reintegração de posse será entregue à Justiça ainda nesta terça-feira

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba Alessandra Mello
Manifestantes e seguranças da Câmara entraram em confronto no hall da Casa - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press
Tumulto e a confusão voltaram a tomar conta da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) nesta terça-feira. Manifestantes e seguranças entraram novamente em confronto  após um assessor parlamentar, que não foi identificado, começar uma discussão com um dos jovens que tentava filmar o local. Na sequência, o que se viu foi uma briga generalizada, com trocas de socos, chutes e pontapés. A Câmara de BH segue ocupada desde a quinta-feira da semana passada. Dentro do prédio foram montadas duas barracas e 11 estão instaladas nos jardins.
Veja imagens da confusão


Após a confusão, o procurador-geral da Câmara de BH, Augusto Paulino, disse que vai apresentar à Justiça, ainda nesta terça-feira, o pedido de reintegração de posse do Legislativo municipal, com fotos e imagens de danos ao patrimônio e depredação anexadas. Ainda segundo ele, pelo menos dois seguranças ficaram feridos durante os confrontos.

Antes disso, os parlamentares também se estranharam ao comentar a atitude do presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), de permitir que os manifestantes fossem retirados do plenário nessa segunda-feira, após tentarem entrar no local com bandejas de coxinha para ironiza-lo. De acordo com Gilson Reis (PCdoB), a culpa dos confrontos é do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Segundo o parlamentar, o chefe do executivo municipal “provoca os manifestantes” com declarações “não condizentes”.

Nesta terça-feira, as galerias ficaram praticamente vazias. Isso porque, para ter acesso ao local, os seguranças exigiram que todos apresentassem algum documento de identificação. Como a maioria dos manifestantes optou por não informar os nomes, poucos ocuparam o espaço. A justificativa para a exigência é garantir a segurança dos que estavam presentes na Câmara.

Segundo dia de tumulto

Com a confusão desta terça-feira, esse já é o segundo dia de  tumulto na Câmara. A sessão dessa segunda-feira também terminou em agressão, empurra-empurra e troca de acusação entre manifestantes e seguranças. Enquanto os parlamentares discutiam a possibilidade de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos do transporte público na capital, um dos jovens que protestava em uma das portas de acesso ao plenário tentou entrar no espaço para distribuir coxinhas. Nesse momento, os seguranças agiram e um dos manifestantes acabou atingido. Com a confusão, o quorum foi derrubado e a sessão encerrada.