O governo federal tem a chance hoje de fazer as pazes com os produtores de café. A presidente Dilma Rousseff (PT) desembarca em Varginha, Região Sul de Minas, para anunciar programa de auxílio financeiro ao setor que deveria ter sido comunicado aos cafeicultores em Brasília no início da semana. Chamados à capital federal na segunda-feira pelo próprio Ministério da Agricultura, os produtores já aguardavam na sede da pasta quando foram informados de que o anúncio não aconteceria. A justificativa do ministro Antonio Andrade era de que o programa ainda precisava de ajustes.
Depois do bolo em Brasília, o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Varginha, Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, diz que o setor só vai esquecer a mágoa com o governo federal se Dilma anunciar o programa de ajuda hoje na cidade. "Se tiver notícia boa, está tudo bem. Caso contrário, o clima fica pesado", declarou. A cooperativa é uma das três maiores de Minas. Reúne 20 municípios e recebe cerca de 1,2 milhão de sacas por ano.
Segundo Ribeiro, o setor entrou em crise há dois anos. "O preço da saca chegou a R$ 560. Hoje é de R$ 260", destacou. Para o produtor, o motivo foi a expectativa do tamanho da safra para os anos seguintes. "Falavam que estava sobrando café, o que fez com que os preços caíssem. Mas não. Poderia até não faltar, mas também não sobraria", afirmou.
Preço fixo
O programa de ajuda do governo esperado pelos agricultores é conhecido como contrato de opção pública. A União garante aos produtores um preço fixo por saca de café e passa a ter o estoque deles como garantia. Com a estratégia, o preço da saca é pressionado para cima. "O governo já fez isso em outros anos e deu certo", lembrou o presidente da cooperativa.