Em Mariana, nem mesmo a realização das últimas eleições trouxe tranquilidade. A cadeira de prefeito – ocupada por cinco pessoas em sete trocas – foi assumida por Celso Cota (PSDB), eleito com 54% dos votos e considerado um político ficha-suja. Passados mais de 18 meses, Cota se mantém no cargo por força de uma liminar, que ainda não teve o mérito julgado, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). Caso a decisão provisória seja derrubada, a população pode ser convocada para nova eleição. A consequência da indefinição política para Mariana, um dos sítios históricos mais importantes do país, tombado pelo patrimônio nacional, foi a perda de pelo menos R$ 8 milhões destinados à reparação de seus monumentos, entre eles o Casarão dos Morais, na Praça da Sé. O recurso foi devolvido por falta de prestação de contas.
CRECHES Em Ipatinga, durante o vaivém de três administradores, os moradores tiveram que enfrentar greve dos professores, atraso na liberação de recursos para creches e falta de pagamento na coleta de lixo. Em 2008, o prefeito eleito Chico Ferramenta (PT) teve sua diplomação suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu substituto, Sebastião Quintão (PMDB), não chegou a esquentar a cadeira, porque foi cassado por abuso de poder econômico durante a campanha. Robson Gomes (PSB) assumiu um mandato tampão até a realização de eleições extemporâneas em 2010. Ele foi confirmado no cargo pelo eleitor, mas tampouco teve um governo tranquilo. Em sua gestão, enfrentou duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs), sob a acusação de desvio de verba pública e formação de quadrilha, mas acabou terminando o mandato.