Uma pergunta feita nessa terça-feira pelo vereador Raul Jungmann (PPS), durante a sessão na Câmara do Recife, mostrou a fragilidade dos debates e discussões em torno dos projetos a serem votados. Ele usou o projeto de lei de Estéfano Menudo (PSB), que “dispõe sobre a utilização de percloroetileno em lavanderias”, para questionar quem sabia do que se trata. “Gostaria de votar a favor do projeto de Menudo, mas alguém aqui sabe o que é percloroetileno?” O silêncio foi geral apesar de a matéria já ter sido aprovada em primeira discussão, na última segunda-feira.
Ele sugeriu que os vereadores tomassem conhecimento do que seria votado pelo menos com um dia de antecedência, além de pedir que, como no Congresso Nacional, seja o colégio de líderes, junto com o presidente, que defina a pauta. A defesa foi feita pelo próprio presidente Vicente André Gomes (PSB). Ele explicou que os vereadores podem acompanhar os projeto pelas comissões e pelo site da Câmara e confessou se sentir sobrecarregado por vir a Câmara todos os dias para elaborar a pauta, mas é regimental que a faça sozinho.
Bloqueio
Apesar de restarem muitos vereadores inscritos para ocupar a tribuna desde a última segunda-feira, a sessão foi encerrada às 16h30 após um pedido de verificação de quórum. O fato foi visto pelos oposicionistas como uma estratégia governistas para impedir a oposição de falar. Em reserva,um governista admitiu que a manobra tem sido adotada para tirar o espaço na pequena oposição. “Os quatro estavam aparecendo demais”, disse.