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Estado de Minas

Vereadores do Recife aprovam matéria sem saber no que estão votando


postado em 07/08/2013 10:24

Uma pergunta feita nessa terça-feira pelo vereador Raul Jungmann (PPS), durante a sessão na Câmara do Recife, mostrou a fragilidade dos debates e discussões em torno dos projetos a serem votados. Ele usou o projeto de lei de Estéfano Menudo (PSB), que “dispõe sobre a utilização de percloroetileno em lavanderias”, para questionar quem sabia do que se trata. “Gostaria de votar a favor do projeto de Menudo, mas alguém aqui sabe o que é percloroetileno?” O silêncio foi geral apesar de a matéria já ter sido aprovada em primeira discussão, na última segunda-feira.

O questionamento de Jungmann mostrou algo bem temerário em uma atuação parlamentar que é o fato de eles votarem sem saber em que estão votando. No caso da Câmara, os projetos dos governistas são fáceis de ser aprovados, já que a bancada conta com 35 dos 39 vereadores e raramente há discussão, exceto quando provocada pela oposição. Diante de colegas que em momento algum negaram que votam sem saber o real teor de algumas matérias, Jungmann explicou que “não há como votar com responsabilidade” quando só se tem acesso à ordem do dia (com os projetos a serem votados) com 15 minutos antes de entrar em plenário.

Ele sugeriu que os vereadores tomassem conhecimento do que seria votado pelo menos com um dia de antecedência, além de pedir que, como no Congresso Nacional, seja o colégio de líderes, junto com o presidente, que defina a pauta. A defesa foi feita pelo próprio presidente Vicente André Gomes (PSB). Ele explicou que os vereadores podem acompanhar os projeto pelas comissões e pelo site da Câmara e confessou se sentir sobrecarregado por vir a Câmara todos os dias para elaborar a pauta, mas é regimental que a faça sozinho.

Bloqueio


Apesar de restarem muitos vereadores inscritos para ocupar a tribuna desde a última segunda-feira, a sessão foi encerrada às 16h30 após um pedido de verificação de quórum. O fato foi visto pelos oposicionistas como uma estratégia governistas para impedir a oposição de falar. Em reserva,um governista admitiu que a manobra tem sido adotada para tirar o espaço na pequena oposição. “Os quatro estavam aparecendo demais”, disse.


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