A presidente Dilma Rousseff usou nesta quarta-feira um discurso voltado principalmente para a Educação para mandar uma indireta para o Congresso, que pode aprovar o chamado Orçamento impositivo, que obriga o governo a desembolsar os recursos previstos em emendas parlamentares, além de outros projetos que resultariam em mais sangria nos cofres do Executivo. Segundo a petista, o "pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz de onde sai o dinheiro".
Na terça-feira, 6, uma comissão especial da Câmara dos Deputados ignorou pedido da presidente e aprovou parecer da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que impõe o pagamento das emendas parlamentares e o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quer aprovar o texto em dois turnos no plenário ainda essa semana. O projeto prevê pagamento isonômico de pelo menos R$ 10 milhões para as emendas parlamentares. Caso seja aprovada também pelo Senado, a PEC, que não precisa da sanção presidencial para virar lei, pode resultar em desembolso de mais de R$ 6 bilhões no ano que vem, quando deputados e senadores querem agradar suas bases de olho na reeleição.