O repórter fotográfico João Miranda, do Jornal Estado de Minas, passou por um momento de constrangimento e abuso de poder policial por parte de um delegado da Polícia Civil (PC) na tarde desta quarta-feira, no Bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. O profissional, que estava no prédio da Câmara Municipal da capital cobrindo as manifestações na Casa, percebeu a movimentação de viaturas na Superintendência Administrativa de Transporte da Polícia Civil e começou a fotografar. Miranda estava a cerca de 100 metros da porta da unidade da PC, mas foi abordado por Architon Zadra Filho, chefe de departamento de transporte da polícia Civil e ficou sob cárcere em uma sala da delegacia, sendo observado por um policial por cerca de 40 minutos.
“Ele chegou me pegando pelo braço e dizendo que eu estava infringindo a área de segurança da delegacia. Ele nem se deu ao trabalho de pedir a minha identificação, ou de perguntar de qual veículo eu era”, contou. Ainda segundo o fotógrafo, o delegado agiu com “arbitrariedade e ignorância. Em momento algum ele quis conversar”. João Miranda contou que só foi liberado após Architon receber ligações de superiores dele. Miranda afirmou que vai registrar um Boletim de Ocorrência sobre a atuação do delegado e que estudará com os advogados quais medidas tomar.
A repórter da editoria de política, Alessandra Mello, que estava com João Miranda, não chegou a ser agredida fisicamente, mas contou que o delegado estava muito exaltado. “Eu estava conversando com o João quando ele [delegado] chegou gritando. Enquanto o João era levado ele gritava e mandava sair que a situação não era comigo”, disse.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Eneida da Costa, informou que assim que foi acionada entrou em contato com o secretário de Segurança Pública, Rômulo Ferraz, que afirmou que iria averiguar o caso. Ela também compareceu ao local e conversou com os profissionais do Jornal Estado de Minas. Eneida classificou a atitude do policial como “ato de terrorismo”, “O sindicato entende como violência policial em último grau. Não há explicação para a atuação desse senhor. Ele se mostrou despreparado para o cargo que ocupa”, afirmou. Segundo Eneida, o departamento jurídico do Sindicato está analisando quais as medidas serão tomadas e vai exigir esclarecimento e uma ação sobre o caso.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que o delegado Architon Zadra Filho classificou o caso como “um mal-entendido”, mas que ele será ouvido sobre o ocorrido. Ainda conforme a nota, “a partir daí, serão tomadas as providências cabíveis para o caso”. “A instituição informa, em primeiro lugar, que respeita a liberdade de imprensa como direito inalienável da sociedade brasileira”, afirmou a nota.
Confira abaixo a íntegra da nota de repúdio do SJPMG ao ato do delegado Architon Zadra Filho:
NOTA DE REPÚDIO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS CONTRA PRISÃO ARBITRÁRIA DE FOTÓGRAFO DO ESTADO DE MINAS POR DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais repudia veementemente a ação truculenta e injustificada praticada pelo diretor do Departamento de Transporte da Polícia Civil, Architon Zadra, contra o repórter fotográfico do jornal Estado de Minas, João Gustavo Soares de Miranda, no início da noite desta quarta-feira, 7 de agosto. O jornalista fazia cobertura na Câmara Municipal de Belo Horizonte, quando percebeu uma grande movimentação de viaturas policiais na unidade da Polícia Civil, que fica ao lado do Parlamento Municipal. Dentro do mais legítimo instinto profissional, João Miranda fez uma foto de veículos que serão distribuídos pelo governo estadual a várias unidades da polícia no Estado. Nesse momento, Architon Zadra atravessou a via que separa seu departamento da Câmara Municipal e disse, aos berros, que o jornalista não podia fazer fotos, que ele estava invadindo área de segurança. Ao mesmo tempo, o policial segurou João Miranda pelo braço e o conduziu para o interior do prédio da PC, onde ficou detido por cerca de 40 minutos sob a vigilância de outro policial.
A ação praticada por Architon Zadra remete aos tempos da ditadura. O Sindicato entende que houve cerceamento do direito ao trabalho e violação dos direitos humanos e exige que os fatos sejam apurados com as devidas consequências e punições cabíveis.
SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE MINAS GERAIS
“Ele chegou me pegando pelo braço e dizendo que eu estava infringindo a área de segurança da delegacia. Ele nem se deu ao trabalho de pedir a minha identificação, ou de perguntar de qual veículo eu era”, contou. Ainda segundo o fotógrafo, o delegado agiu com “arbitrariedade e ignorância. Em momento algum ele quis conversar”. João Miranda contou que só foi liberado após Architon receber ligações de superiores dele. Miranda afirmou que vai registrar um Boletim de Ocorrência sobre a atuação do delegado e que estudará com os advogados quais medidas tomar.
A repórter da editoria de política, Alessandra Mello, que estava com João Miranda, não chegou a ser agredida fisicamente, mas contou que o delegado estava muito exaltado. “Eu estava conversando com o João quando ele [delegado] chegou gritando. Enquanto o João era levado ele gritava e mandava sair que a situação não era comigo”, disse.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Eneida da Costa, informou que assim que foi acionada entrou em contato com o secretário de Segurança Pública, Rômulo Ferraz, que afirmou que iria averiguar o caso. Ela também compareceu ao local e conversou com os profissionais do Jornal Estado de Minas. Eneida classificou a atitude do policial como “ato de terrorismo”, “O sindicato entende como violência policial em último grau. Não há explicação para a atuação desse senhor. Ele se mostrou despreparado para o cargo que ocupa”, afirmou. Segundo Eneida, o departamento jurídico do Sindicato está analisando quais as medidas serão tomadas e vai exigir esclarecimento e uma ação sobre o caso.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que o delegado Architon Zadra Filho classificou o caso como “um mal-entendido”, mas que ele será ouvido sobre o ocorrido. Ainda conforme a nota, “a partir daí, serão tomadas as providências cabíveis para o caso”. “A instituição informa, em primeiro lugar, que respeita a liberdade de imprensa como direito inalienável da sociedade brasileira”, afirmou a nota.
Confira abaixo a íntegra da nota de repúdio do SJPMG ao ato do delegado Architon Zadra Filho:
NOTA DE REPÚDIO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS CONTRA PRISÃO ARBITRÁRIA DE FOTÓGRAFO DO ESTADO DE MINAS POR DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais repudia veementemente a ação truculenta e injustificada praticada pelo diretor do Departamento de Transporte da Polícia Civil, Architon Zadra, contra o repórter fotográfico do jornal Estado de Minas, João Gustavo Soares de Miranda, no início da noite desta quarta-feira, 7 de agosto. O jornalista fazia cobertura na Câmara Municipal de Belo Horizonte, quando percebeu uma grande movimentação de viaturas policiais na unidade da Polícia Civil, que fica ao lado do Parlamento Municipal. Dentro do mais legítimo instinto profissional, João Miranda fez uma foto de veículos que serão distribuídos pelo governo estadual a várias unidades da polícia no Estado. Nesse momento, Architon Zadra atravessou a via que separa seu departamento da Câmara Municipal e disse, aos berros, que o jornalista não podia fazer fotos, que ele estava invadindo área de segurança. Ao mesmo tempo, o policial segurou João Miranda pelo braço e o conduziu para o interior do prédio da PC, onde ficou detido por cerca de 40 minutos sob a vigilância de outro policial.
A ação praticada por Architon Zadra remete aos tempos da ditadura. O Sindicato entende que houve cerceamento do direito ao trabalho e violação dos direitos humanos e exige que os fatos sejam apurados com as devidas consequências e punições cabíveis.
SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE MINAS GERAIS