(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

E-mails dizem que Serra e Arruda sabiam de cartel

Os e-mails fazem parte dos documentos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que invetiga cartel entre empresas para obras do metrô em SP


postado em 09/08/2013 08:25 / atualizado em 09/08/2013 09:48

São Paulo - E-mails que fazem parte dos documentos em poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na investigação sobre o cartel de empresas de trens revelam que funcionários da Siemens disseram que o ex-governador José Serra (PSDB), de São Paulo, e também o então deputado José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, tinham ciência da ação das empresas no setor metroferroviário.

Arruda nega a informação e, em entrevista à Folha de S. Paulo, Serra disse que a licitação citada “foi acirrada, foi anticartel”. Ele negou que tivesse tido “encontros privados” com executivos da empresa. O e-mail que cita o ex-governador tucano fala de um encontrou durante uma conferência, a UIC, maior reunião mundial de empresas de transporte público, em 2008. A mensagem, enviada por Nelson Branco Marchetti, um ex-funcionário da Siemens, diz a três colegas que a licitação seria cancelada caso a empresa CAF não estivesse entre as vencedoras. “O senhor (José) Serra confirmou que, se a proposta da CAF não tiver condições de ser qualificada, a concorrência será cancelada”, diz o texto.

O executivo disse também, segundo a documentação, que Serra não queria que a licitação tivesse atrasos. Por isso, ele e o então secretário dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella teriam mencionado que considerariam uma proposta em que a Siemens oferecesse 30% dos trens. “Outra solução a ser considerada seria a horizontal, com fornecimento de componentes” à empresa vencedora. “Ambas as afirmações acima foram confirmadas mais uma vez pelo pessoal do senhor Portella”, diz ainda a mensagem.

Arruda

O ex-governador Arruda é citado em outra mensagem, datada de janeiro de 2006, quando estavam em negociação a contratação de empresas que fariam a manutenção do metrô de Brasília. A mensagem em posse do Cade é do executivo da Siemens Everton Rheinheimer. Ele relata um encontro com Arruda em que ficaria sabendo que o então governador Joaquim Roriz não queria cancelar a licitação - que estava sendo disputada. Em outra mensagem, o executivo diz que a “vontade do cliente (o Metrô do DF) é que a Siemens saia vencedora”.

O texto mostra ainda que os executivos teriam ficado preocupados em conseguir cumprir os prazos legais para apresentar as planilhas de preços. Como o haveria tempo, a solução foi usar parte das planilhas de custos estabelecidas pelo Distrito Federal. “Podemos tomar os preços base do edital (que sabemos estarem ‘folgados’) e reduzi-los linearmente.”

O advogado de Arruda, Edson Smaniotto, afirmou que as negociações para a manutenção do Metrô do DF eram feitas pela própria empresa, que “tem autonomia administrativa”. Segundo o advogado, “os contratos foram renegociados e houve uma redução de 30% no preço” durante a gestão de Arruda. Ele destacou ainda que Arruda não participou[/ ] da criação daquela licitação. “Ele assinou o contrato que foi deixado da gestão anterior”, disse.

.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)