Jornal Estado de Minas

Dilma vai ao Congresso para aplacar crise

A presidente Dilma deve aceitar convite para particupar de solenidade, no Senado, de comemoração dos sete anos da Lei Maria da Penha

Agência Estado
Brasília - A presidente Dilma Rousseff montou uma ofensiva para aparar arestas com o Congresso e retomar a agenda “das ruas” para estancar a queda na popularidade. Animada pela redução dos índices de inflação, ela se prontificou a ir ao Senado, na semana que vem, e reaproximar-se da Casa. O pretexto é um convite da senadora Ângela Portela (PT-RR) para comemorar os sete anos da Lei Maria da Penha e receber um relatório da comissão que investigou a violência contra mulheres no País.
De acordo com a senadora petista, só resta um acerto de agenda, “mas a presidente confirmou a sua presença”. Será mais um gesto de aproximação da presidente com o Congresso, onde muitos parlamentares estão em pé de guerra com o Planalto, prometendo derrubar vetos seus e aumentar os gastos do governo.

Dilma prosseguiu nesta quinta-feira, 08, sua maratona de encontros com a base aliada, recebendo oito senadores do PT que com ela falaram por mais de três horas. A presidente já recebeu antes os líderes da base na Câmara, e depois os do Senado. Além de “atravessar a rua” para uma aproximação com deputados e senadores, Dilma anunciou aos petistas que já iniciou uma agenda de viagens pelo País, para inaugurar obras e mostrar o que o governo está fazendo.

“Temos muito o que mostrar”, disse a presidente, ao listar as viagens que fará. A presidente teria dito ainda, segundo a senadora, que “o reconhecimento da sua gestão será o seu reconhecimento político” - e que, em consequência, “a aprovação de seu governo se elevará”. “A presidente está convencida de que mostrando que as coisas estão acontecendo, as realizações das obras que têm para inaugurar isso o resultado será a sua reeleição”, emendou a senadora Ângela Portela. Dilma falou ainda do programa Mais Médicos , afirmando que a avaliação da saúde, hoje muito baixa, será revertida à medida que os novos médicos começarem a chegar aos municípios.

A presidente citou também que os últimos números sobre inflação são “animadores”, segundo o senador Paulo Paim (PT-RS) e que “esta é a prova de que a inflação está sob controle”. O senador Paim informou ainda que a presidente pretende percorrer o País para ter mais contato com a população e para dar visibilidade às obras do governo.

Nesta sexta-feira, 09, às 11 horas, Dilma irá inaugurar o Instituto Federal de Educação Tecnológica, e participará da formatura de 400 alunos do Pronatec. No sábado, 10, às 10 horas, Dilma estará na cerimônia que dá início às atividades do Aeromóvel, no aeroporto Salgado Filho, uma espécie de metrô aéreo e, em seguida, entregará 40 retroescavadeiras a prefeitos gaúchos.

A presidente aproveitará ainda para dar um empurrãozinho nos futuros candidatos do partido. É o caso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deverá ser sacramentado como candidato do PT ao governo de São Paulo, e que estará ao lado de Dilma, na próxima terça-feira, 13, em Itapira, no interior paulista, para a cerimônia de inauguração de expansão de uma empresa de farmoquímica.

Antes, porém, na segunda-feira, 12, Dilma irá Ribeirão Preto (SP) para inaugurar um trecho do duto do sistema de escoamento de etanol entre a cidade e a refinaria de Paulínia. Esta semana, Dilma já esteve em Varginha (MG). Na reunião com os senadores petistas, aproveitou para se queixar da nova sistemática de apreciação dos vetos, instituída pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. “Ela demonstrou muita preocupação com isso”, declarou a senadora Ângela Portela.