O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) passou por uma situação desconfortável durante um voo que ia de Brasília a São Paulo nesta sexta-feira. Um grupo de jovens começou a cantar um grande sucesso do Mamonas Assassinas, 'Robocop Gay', que entre seus versos tem: 'abra sua mente, gay também é gente'. Dançando, os jovens passam a mão na cabeça de Feliciano e na de seu acompanhante, que tentam permanecer impassíveis nas poltronas. Um dos versos da música foi alterado para: 'Feliciano também pode, não tente disfarçar'. No twitter, entretanto, Feliciano e o cantor Roberto Marinho, que o acompanha na agenda de fim de semana, manifestaram incômodo com a cena.
No desabafo, ele disse frases como: "Ao decolarmos em Brasília cerca de 10 gays me constrangeram, dois vieram a minha poltrona gritando, cantando música bizarra" e "Estes cidadãos colocaram em risco a segurança dos passageiros. Querem respeito, mas não respeitam”; e ainda: “Não sou contra gays, sou defensor da família natural!"
Desde que se tornou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Feliciano tornou-se alvo de críticas. Os protestos se voltaram também contra o projeto apelidado de "cura gay" (arquivado em julho), que pretendia revogar uma resolução do Conselho Federal de Psicologia. A resolução determina que os profissionais não poderiam se engajar em nenhuma prática discriminatória e de reversão da homossexualidade.
Sarcasmo doentio
No twitter, Feliciano deu sua versão dos fatos: "O sarcasmo doentio, invejoso e ignorante, é o esconderijo de pessoas complexadas!". Roberto Marinho informou que, já em solo, agentes federais pediram para que "os arruaceiros" fossem identificados, mas completou dizendo que 'Feliciano não prestou queixa' e os rapazes foram liberados.
Segundo o deputado, outros passageiros o defenderam e o piloto ameaçou retornar pra Brasília. “Haviam (sic) crianças no voo, famílias”, continua Feliciano. “Um deles, com a câmera na mão, filmava, enquanto o outro esfregava o bumbum no meu braço, e também o órgão genital, rebolando e cantando” e“agradeço aos passageiros do vôo AD5019 BSB x GRU bem como a equipe da @azulinhasaereas e o apoio da Policia Federal do Aeroporto de Guarulhos”, concluiu.
Os autores do vídeo chegaram a entrevistar a psicóloga Rosa Rosado, que estava no mesmo voo. Ela fala brevemente sobre a homossexualidade vista como doença e refere-se a esse ponto de vista como 'um erro'. Confira no vídeo acima.