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Estado de Minas

Governo chama os estrangeiros

Dos 715 médicos formados no exterior, 521 são de outros países e não terão que revalidar o diploma para trabalhar


postado em 11/08/2013 07:00 / atualizado em 11/08/2013 08:27

Julia Chaib

Brasília – Balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde mostra que 715 médicos formados no exterior concluíram cadastro e apontaram seis municípios para trabalhar pelo Programa Mais Médicos. Do total, 194 são brasileiros e 521, estrangeiros. A maioria das inscrições é de países como Espanha, Portugal e Argentina. A maior parte deles, 204 profissionais, vão atuar no interior e em periferias de cidades no Sul do país. A segunda região que mais receberá médicos do exterior será o Sudeste (162), seguido pelo Nordeste (153), Norte (132) e Centro- Oeste (59). Esses profissionais não precisarão revalidar o diploma e terão uma autorização especial para trabalhar por três anos exclusivamente em áreas delimitadas pelo Ministério da Saúde.

Nenhum estrangeiro trabalhará no Distrito Federal. Os profissionais têm até amanhã para homologar a inscrição. Somando-se a quantidade de estrangeiros ao número de 938 brasileiros que já indicaram interesse nas cidades selecionadas, chega-se ao número de 1.653 profissionais, o equivalente a 10,69% da demanda de 3.511 municípios. As cidades pediram 15.460 profissionais. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no entanto que o resultado “supera a expectativa inicial do programa”.

Ontem, no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender o programa e lembrou que os brasileiros têm prioridade. “Não havendo médicos para preencher essas vagas (entre brasileiros), aí preencheremos com médicos estrangeiros, com diploma fora do Brasil. Não há no mundo uma atitude de preconceito com esses fatos”, disse.

REGISTROS INVÁLIDOS Assim como ocorreu com os profissionais formados no Brasil, a quantidade de médicos com diploma do exterior que concluíram o cadastro foi bem inferior ao número inicial de inscritos, já que, inicialmente, 1.920 estrangeiros cadastraram-se no programa. No total, pouco mais de 18 mil médicos com diplomas do Brasil e do exterior inscreveram-se, mas cerca de 700 tiveram os registros nos conselhos regionais de medicina (CRMs) invalidados.

O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d’Ávila, contesta os números apresentados pelo Ministério da Saúde e afirma que houve problemas no processo de inscrição da pasta. “Não aceitamos a acusação de que não queremos ir para o interior. Eles (os médicos brasileiros) foram impedidos, tudo para privilegiar o médico formado no exterior para vir sem diploma. Não estamos nos defendendo corporativamente.” Já o Ministério da Saúde alega que, dos 7.333 CRMs considerados inválidos no primeiro mês de inscrições, 6.341 não estavam sequer preenchidos e outros tinham sequências em branco com “0000” no campo de dígitos.


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