Jornal Estado de Minas

Obra da Barragem de Berizal pode ser retomada em Minas

Parada há 16 anos, a construção da Barragem de Berizal, entre o município de mesmo nome e Taiobeiras, no Rio Pardo, Região Norte, tem uma nova chance de deslanchar. Depois de uma reunião na semana passada no Ministério da Integração, os impedimentos para a finalização da obra que pode significar a solução para os que convivem com a falta de água no Norte mineiro foram discutidos ontem na Comissão Extraordinária das Águas, na Assembleia. Os parlamentares enviaram ofício à Secretaria de Meio Ambiente pedindo a criação urgente de um grupo de trabalho para agilizar uma solução para o problema.
Além da falta de recursos, é preciso atender a 27 condicionantes ambientais para que as obras tenham seguimento. Na quarta-feira passada, o secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, Gil Pereira, e os deputados da região tiveram audiência com o ministro Fernando Bezerra, que sinalizou com verba para ajudar na construção. Ele propôs a inclusão da obra no Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), que destinaria R$ 80 milhões à retomada das obras e R$ 100 milhões para o reassentamento das famílias.

Pelos cálculos dos participantes da audiência, a construção da Barragem de Berizal beneficiaria 16 municípios com 150 mil habitantes. Para o deputado Paulo Guedes (PT), a verba oferecida pelo Ministério da Integração é um avanço, mas ainda insuficiente para garantir a entrega da barragem. O petista acredita que seriam necessários mais R$ 300 milhões.

Na audiência, o presidente regional da Federaminas, Carlito Arruda, disse que os critérios ambientais devem ser amenizados. Segundo ele, a região sofre com o longo período de estiagem e houve redução no rebanho de gado. O prefeito de Indaiabira, Vanderlúcio de Oliveira, lamentou as dificuldades para o acesso à água. “Noventa porcento da população rural é atendida por um poço artesiano. Até quando um poço vai aguentar atender uma cidade inteira?”,

De acordo com o coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, Marco Antônio Graça, 45% da barragem está pronta e até hoje foram gastos R$ 26 milhões. Segundo ele, o principal entrave são os condicionantes ambientais. A Subsecretaria de Regularização Ambiental manifestou disponibilidade para ajudar neste sentido.