"São Paulo (Estado e Prefeitura) pediu R$ 17 bilhões ao governo federal. O Sérgio pediu apenas os investimentos na linha 3 do metrô. São R$ 2,7 bilhões, a ministra Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão) quase tomou um susto porque foi o único pedido. Sérgio explicou que é o mais importante para nós", disse o vice-governador do Rio, diante de uma plateia de prefeitos do interior e secretários de Estado.
O governador do Rio seguiu no mesmo assunto, quando discursou. Falando sobre os investimentos em mobilidade, lembrou que não há recursos diretos da administração federal. "Estamos investindo R$ 11 bilhões que pegamos emprestados ou que são recursos do Estado. Não é do Tesouro Nacional. Falta a linha 3 do metrô. O governo federal tem essa dívida com o Rio de Janeiro. Não tenho dúvida de que eles vão se sensibilizar. Não fiz mais nenhum pedido. É um investimento para três, quatro anos", disse.
Pressionado há dois meses por protestos quase diários que pedem a saída dele governo do Estado e com baixos índices de popularidade, Cabral tem dito que recebeu a solidariedade de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e exaltar os benefícios para o governo estadual da parceria entre administração federal, governo fluminense e cidades do Estado. A parceria é um dos temas da publicidade partidária gratuita do PMDB do Rio que tem ido ao ar esta semana no rádio e na televisão. Em relação aos transportes de massa, no entanto, Cabral pede mais recursos.
Antes de viajar a Brasília para a reunião com a presidente, o governador disse que os R$ 2,7 milhões para o metrô no Grande Rio, se assegurados, seriam o primeiro investimento direto do Poder Executivo federal em mobilidade urbana do Estado, uma vez que até agora o Rio obteve empréstimos de bancos estatais.
"Empréstimo, a gente devolve. Vale para o Maracanã, vale para o metrô", disse Cabral, na ocasião. O governador fazia referência ao fato de Dilma ter dito, em cadeia nacional de TV convocada no auge dos protestos, que não havia dinheiro do Executivo federal na construção de estádios para a Copa de 2014.
Ela não contabilizou os recursos emprestados pelos bancos federais aos Executivos estaduais. Os gastos excessivos com obras nos estádios e a má qualidade dos transportes públicos eram duas das principais críticas das manifestações, que começaram pouco antes da Copa das Confederações. Cabral decidiu, então, reivindicar os R$ 2,7 bilhões em recursos da União diretos para o metrô.