Ex-chefe de gabinete pessoal e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta quarta-feira que espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) reverta algumas das sentenças no julgamento do mensalão, ao analisar os recursos dos 25 condenados. Carvalho destacou a importância de serem analisados os embargos infringentes, pelos quais cabe um novo julgamento quando a condenação foi definida numa votação apertada - há 11 casos assim no mensalão.
"Espero que o julgamento seja o mais equânime possível e que, de fato, agora nos recursos, se possa fazer, a meu juízo, uma justiça que não se fez no primeiro julgamento", afirmou Carvalho a jornalistas, após participar de reunião com vítimas de hanseníase no Palácio do Planalto. "Que pelo menos esse novo julgamento dê essa segunda possibilidade dos ministros ouvirem os novos argumentos e, esperamos, poderem alterar alguma das sentenças que eles deram."
Na avaliação de Carvalho, é importante que os embargos infringentes sejam analisados, porque "todo réu tem, em qualquer situação, direito a duas instâncias". "Temos de respeitar os resultados, mas não entendemos que esse julgamento, seja qual for o resultado, deve abater ou atingir aquilo que é o núcleo do nosso projeto e aquilo que é a nossa missão no País", comentou o ministro.
"O PT continua sendo o partido que tem o maior apoio entre a população, isso não é fruto de milagre ou de alguma mágica. É fruto de muito trabalho. É esse muito trabalho que nós seguiremos continuando de cabeça erguida, com a consciência de que somos servidores do povo e vamos até o fim nessa perspectiva."
Para Carvalho, a oposição tentou transformar o julgamento do mensalão em um julgamento da proposta de governo do PT. "Só que isso, para a infelicidade daqueles que tentaram fazer isso, não encontrou respaldo popular. Tanto que o PT continua sendo o partido que tem o maior apoio entre a população, isso não é fruto de milagre ou de alguma mágica. É fruto de muito trabalho", comentou.
O ministro se encontrou com Lula nesta terça-feira, 13,, em Brasília, mas não quis dar mais detalhes dos assuntos discutidos. "Tive uma conversa reservada com o presidente, ele só mandou eu trabalhar bastante", desconversou.