Jornal Estado de Minas

Supremo encerra sessão do mensalão após bate-boca

A divergência acontece sobre a data da prática do crime. De acordo com Lewandowski a pena não deve ser aplicada com base na Lei 10.763, de 2003, uma vez que Bispo Rodrigues teria cometido o crime em 2002

Tábita Martins Agência Brasil

Durante a votação dos recursos do réu Bispo Rodrigues, na sessão que analisava os embargos dos réus do processo do mensalão,  e que seria o último  a ser analisado nesta quinta-feira, o relator do processo Joaquim Barbosa e o revisor  discordaram e iniciaram um bate-boca depois que Lewandovski acatou as alegações do réu de que houve contradição na definição da pena.

Entenda como foi o julgamento de recursos ontem e hoje

Joaquim Barbosa, contudo, discordou do ponto de vista do colega de bancada. Eles começaram uma intensa discussão sobre a lei usada na dosimetria da pena aplicada ao ex-deputado federal Bispo Rodrigues (extinto PL-RJ, atual PR) que acabou em alfinetadas entre os dois.

A divergência acontece sobre a data da prática do crime. De acordo com o vice-presidente do STF, a pena não deve ser aplicada com base na Lei 10.763, de 2003, uma vez que Bispo Rodrigues teria cometido o crime em 2002. Em meio à explanação de Lewandowski, o presidente do STF o acusou de querer abrir uma discussão protelatória que tinha sido realizada durante o julgamento em 2012.


"Para que servem os embargos?", questionou Lewandowski. "Não é para arrependimentos, ministro", rebateu Barbosa, lembrando que a votação foi unânime. Em seguida, ele afirmou que o vice-presidente do Supremo estaria fazendo uma "chicana". "Vossa excelência está acusando um ministro de estar fazendo chicana? Peço que o senhor se retrate agora", retrucou Lewandowski.  O relator, por sua vez,  disse que Lewandovski não respeitava a casa e disse que não se retrataria encerrando a sessão sem terminar a votação sobre os recursos do Bispo Rodrigues.