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Apenas seis dizem não a verba certa; 38 aprovaram a PECDemandas dos parlamentares em rebelião contra o Planalto somam cerca de R$ 220 bilhõesNos últimos sete meses, para se exemplificar, 10 dos 25 deputados federais passaram a impressão de que viveram mais dentro de um veículo do que no Congresso Nacional. A locação de carros ficou no topo dos gastos de Anderson Ferreira (PR), Fernando Ferro (PT), Silvio Costa (PTB), Wolney Queiroz (PDT), Roberto Teixeira (PP), Fernando Bezerra Filho (PSB), Sérgio Guerra (PSDB), Pastor Eurico (PSB), Mendonça Filho (DEM) e até mesmo de Severino Ninho (PSB), esse o mais assíduo na Câmara.
As curiosidades obtidas nos números, de janeiro a julho, revelam a prioridade de cada um. Os dados do “cotão”, apurados pelo Diario no site da Câmara dos Deputados, podem, às vezes, tirar o apetite. Num país onde o salário mínimo é R$ 678,00, o Pastor Eurico (PSB) gastou R$ 9,9 mil em sete meses com alimentação, uma média de R$ 1,4 mil por mês. “É preciso levar em conta que, no ano passado, devolvi mais de R$ 150 mil aos cofres públicos. A minha alimentação deu muito alta porque fiz muitas refeições no hotel (de Brasília)”, explicou o deputado. “Eu estou recebendo questionamentos sobre isso, mas não tenho nada a esconder”, disse, lembrando que “cada um economiza numa área e gasta mais em outra”.
A aplicação de recursos, que pode chegar a R$ 422,4 mil ao ano por parlamentar, é flexível. Há quem repita valores idênticos de um mês para outro em determinados itens, como Gonzaga Patriota (PSB), enquanto outros deixam para divulgar os gastos quase de uma vez só, a exemplo de Vilalba de Jesus (PR), que utilizou R$ 70 mil em um único mês para divulgar a atividade parlamentar - mais da metade da verba que usou. O “cotão” tem sido uma vantagem a mais. Até mesmo na hora que o parlamentar vai disputar a reeleição e prestar contas dos “quilômetros rodados”. Seja dentro de um automóvel ou nos corredores do Congresso.