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Com coxinhas, manifestantes entram em conflito com seguranças da Câmara de BH Conflitos e protestos são liderados pelos filhos da revolução digitalOs conflitos entre as partes foram intensificados no começo do mês, quando as autoridades estaduais, em conjunto com a Polícia Federal, promoveram a reintegração de posse de 15 fazendas que estavam ocupadas por indígenas. Os tupinambá, então, promoveram uma manifestação no centro de Ilhéus, reivindicando uma solução para a situação, e partiram para uma nova onda de invasões. No início da semana passada, duas fazendas da região foram invadidas por homens que se diziam indígenas. As sedes foram destruídas por fogo e quatro pessoas que moravam nas propriedades foram agredidas e precisaram receber atendimento médico.
Na quarta-feira passada, dia 14, um caminhão adaptado que levava estudantes para uma escola estadual indígena na região foi alvo de tiros, deixando dois homens feridos. Dois dias depois, produtores e trabalhadores nas propriedades fizeram uma manifestação na BR-101, bloqueando a pista por dez horas - causando mais de 10 quilômetros de congestionamento. No protesto, quatro carros oficiais que tentaram furar o bloqueio foram incendiados. Depois, ainda houve depredação em uma agência do Banco do Brasil e saques em uma loja da Cesta do Povo em Buerarema.
Na sexta-feira, 16, o governador Jaques Wagner (PT) pediu auxílio do Ministério da Justiça, por meio de envio de uma equipe da força nacional, para controlar os conflitos. Mesmo depois do anúncio do envio da tropa federal, mais uma invasão foi registrada na região, na tarde de domingo. "Eles chegaram com lanças, facas e flechas, mandando todo mundo sair", conta o produtor de alface Antônio Aparecido Lopes, proprietário do terreno. Ele prestou queixa na sede da PF em Ilhéus na manhã desta segunda.
De acordo com o cacique Valdenilson Oliveira, conhecido como Val Tupinambá, as invasões vão continuar ocorrendo, até que o governo formalize a demarcação da área, onde há cerca de 700 propriedades rurais, como terra indígena. "Eles (fazendeiros) precisam sair e o governo tem de demarcar a área", justifica. O secretário de Agricultura do Estado, Eduardo Salles, defende que seja buscado os meios legais para a solução do impasse. "É preciso encontrar uma forma de preservar o direito da terra para os agricultores que ali estão há décadas, até que haja uma decisão final da Justiça", avalia.