A Controladoria-Geral da União (CGU) enviou nesta segunda-feira, 19, notificação para que a Siemens se explique, em até dez dias, sobre as denúncias de envolvimento em cartel e suborno de agentes públicos no Brasil. O órgão avaliará, juntamente com parceiros, a retirada da multinacional do Cadastro Pró-Ética, que reconhece as empresas empenhadas em "reduzir riscos de fraude e corrupção, na busca de um ambiente mais íntegro".
A Siemens foi uma das primeiras admitidas, em agosto do mesmo ano, após se envolver, a partir de 2007, em escândalo de escala global que resultou em multa bilionária e sanções em vários países.
Para ser aprovado no Pró-Ética, é preciso preencher um questionário e apresentar documentos que comprovem o engajamento contra fraudes. Desde a criação do cadastro, 138 empresas iniciaram o preenchimento do questionário, mas só 30 concluíram, sendo a metade aprovada.
Para passar no funil, apesar do histórico recente de denúncias, a multinacional alemã alegou não ter diretores e gerentes condenados por corrupção e informou proibir práticas dessa natureza em seus contratos.
No comunicado enviado nesta segunda, em nome do comitê gestor, a CGU requer esclarecimentos que demonstrem, à luz das novas denúncias, o compromisso da multinacional "em promover a ética e combater a corrupção".
Em 6 de setembro, o comitê gestor deve se reunir e deliberar sobre eventual suspensão ou exclusão do cadastro. "Espera-se que nos sejam enviadas informações capazes de demonstrar a efetiva aplicação das medidas previstas no programa de integridade da empresa. Acrescenta-se que seria de grande valia para avaliação do comitê esclarecer-se se há fatos que envolvam a Siemens em irregularidades após a entrada da empresa no cadastro", diz a notificação.