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José Carlos Dias será novo coordenador da Comissão Nacional da VerdadeDuas comissões da verdade debatem violações dos direitos humanos no campoComissão da verdade em Minas espera indicaçõesSTF deve confirmar validade da Lei de AnistiaAmorim diz que governo não discute mudar Lei da AnistiaEm ato na Câmara, anistiados políticos e parlamentares criticam Lei de Anistia Novo coordenador da Comissão Nacional da Verdade pede rapidez em nomeaçõesDivergências podem prejudicar relatório sobre repressão durante a ditaduraComissão da Verdade e ativistas tentam visita proibida ao 1º BPE no RioA indicação foi confirmada nessa segunda-feira, em São Paulo, pela atual coordenadora e pelo próprio ex-ministro. Em entrevista à reportagem, ele também anunciou que sua primeira providência no cargo será um apelo à presidente Dilma Rousseff para que indique logo os nomes de dois novos integrantes da comissão.
Eles devem substituir o ministro Gilson Dipp, que se afastou por motivos de saúde, e o procurador Claudio Fonteles, cujo pedido de demissão se deveu a divergências com outros integrantes da comissão. A presidente está adiando a escolha dos nomes há quase três meses.
Dias advogou para presos políticos no período da ditadura e comandou a pasta da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1999 e 2000. Seu nome já havia sido sugerido em outras ocasiões para a coordenação, mas ele declinou, alegando dificuldades para conciliar a tarefa com o trabalho do escritório de advocacia criminalista do qual é sócio em São Paulo.
Dessa vez, porém, o apelo foi mais forte. “Todos me pediram de maneira tão insistente, que não tive como negar. Já avisei meus sócios que vou sacrificar um pouco o trabalho”, contou.
A insistência está ligada à crise interna que a comissão atravessa, com polêmicas que envolvem desde o tema da anistia à contratação de assessores. O nome do ex-ministro é considerado o único capaz, no momento, de promover o diálogo. “Eu me dou bem com todos”, disse. “Espero reunir todo mundo em torno dos objetivos comuns.”
A atual coordenadora, que também é criminalista e defendeu a presidente Dilma Rousseff quando foi julgada pela Justiça Militar, apoiou a escolha: “É quem reúne melhores condições para levar adiante o que já está sendo encaminhado.”
Divergências. Rosa defende uma proximidade cada vez maior da comissão com os ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos. Seu principal oponente no colegiado, o sociólogo Paulo Sérgio Pinheiro, advoga um trabalho mais autônomo, melhor assessorado por especialistas.
A atual coordenadora também é favorável à transparência total, com o máximo possível de sessões abertas ao público. O futuro coordenador é mais cauteloso. “Sempre que possível, as audiências devem ser abertas. Há momentos, porém, quando o esclarecimento dos fatos se torna mais importante, que devem ser fechadas”, disse.