As cúpulas do PT e do PMDB se reuniram na noite dessa segunda-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, pela primeira vez desde que as manifestações de junho pulverizaram a popularidade do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e desequilibraram a relação de forças entre os dois partidos na montagem dos palanques estaduais. Na disputa pelo governo fluminense, os peemedebistas perderam a possibilidade de pressionar o PT a não avalisar uma candidatura própria — no caso, de Lindbergh Farias. “O (Sérgio) Cabral de maio tinha o prestígio de quem foi reeleito com 70% dos votos. O Cabral de agora tem o peso de alguém com 12% de popularidade”, reconheceu um cacique peemedebista.
Petistas e peemedebistas desistiram, porém, de tentar um armistício na Bahia. Não há mais como descartar a candidatura do vice-presidente da Caixa, Geddel Vieira Lima (PMDB), ao governo baiano. Na semana passada, Geddel apareceu em spots do partido no rádio e na televisão elogiando as gestões de Antonio Anastasia (Minas Gerais) e de Beto Richa (Paraná), ambos do PSDB, e do socialista Eduardo Campos, em Pernambuco. Os dois primeiros apoiam a candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB). O terceiro é pré-candidato do PSB ao Planalto em 2014.
No Ceará, outro colégio eleitoral importante, a situação também é complicada. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, aparece bem cotado para o governo estadual, mas ele próprio ainda não definiu se formará chapa com o PSB de Cid Gomes ou com o PT de José Guimarães. No Rio Grande do Sul, as direções dos dois partidos negociam a possibilidade de o PMDB lançar um candidato com poucas chances de derrotar o governador Tarso Genro (PT), que tentará a reeleição, em troca da vaga de senador na chapa petista.