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"Tirando eu, o Haddad (prefeito de São Paulo), e talvez o Márcio (prefeito de Belo Horizonte), o resto dos prefeitos está com as mesmas pressões e sem condições de fazer (as mudanças)", disse Paes. O prefeito mencionou ainda que há modelos de gestão mais eficientes do que outros. No caso da educação, por exemplo, o modelo é baseado no número de alunos, enquanto na saúde a medição de um município é feita com base na quantidade de habitantes. "O modelo da saúde é um modelo burro, não estimula o gestor a investir", criticou.
Ele questionou "como fazer para ter serviços de qualidade em um País cada vez mais urbano" se os recursos não estão à disposição dos centros urbanos. O prefeito afirmou que essa não é uma crítica à presidente Dilma Rousseff e ressaltou que as contribuições sociais foram criadas desde 1988 e não são partilhadas entre Estados e municípios. Apesar de não direcionar as críticas, Paes foi incisivo ao comentar a concessão de benefícios fiscais na tentativa de aquecer a economia. Segundo ele, a "função parafiscal macroeconômica do tributo", em que a isenção é usada para incentivar setores da economia, é extremamente prejudicial aos municípios.
Paes foi categórico ao criticar a política de benefícios ao setor automobilístico, dizendo que o estímulo ao uso do automóvel é incompatível com a vivência nas cidades. Segundo ele, é necessário haver um equilíbrio no uso do transporte privado. "Infelizmente nosso governo continua sendo o mesmo (na política de estímulo ao setor). Estou virando um guerrilheiro contra os benefícios à indústria automobilística."