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Peritos preparam exumação de restos mortais de Goulart"Dossiê Jango" traz dúvidas sobre morte do ex-presidente João GoulartExame dos restos mortais do ex-presidente João Goulart pode não revelar a causa da morteRestos mortais de João Goulart serão recebidos com glórias de chefe de Estado em BrasíliaComissão da Verdade e ativistas tentam visita proibida ao 1º BPE no RioNa Missão a São Borja, também serão feitos contatos com as autoridades locais e calculados o tempo de saída da cidade e outras questões logísticas fundamentais para a retirada dos restos mortais, que serão examinados no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. Após a perícia será necessária a guarda constante do jazigo e sua preservação até a data da exumação. Um croqui em 3D do jazigo será elaborado a partir das informações colhidas em São Borja. A diligência não vai requerer a abertura do mausoléu.
Histórico
O ex-presidente João Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976. Não houve autópsia na Argentina e sua morte foi atestada como "enfarto do miocárdio". Goulart foi sepultado em São Borja, sem passar por uma autópsia, por imposição do regime militar. Desde a morte de Jango paira a suspeita de que sua morte pode ter sido articulada pelas forças repressivas de Brasil, Argentina e Uruguai, que viviam sob ditaduras naquele período.
Hoje já há provas de que o ex-presidente foi monitorado durante todo o seu exílio e o ex-agente uruguaio Mario Neira Barreiro, preso no Brasil por outros crimes, deu sucessivas entrevistas e depoimentos afirmando que existiu a Operação Escorpión, um plano para matar o presidente, que teria sido concluído por meio da adulteração ou substituição dos remédios para o coração que Jango tomava.
Em março deste ano, durante audiência pública da CNV em Porto Alegre, a família Goulart requereu a exumação formalmente à Comissão. A decisão de realizar a perícia foi tomada em abril. Desde então duas reuniões com todos os entes públicos envolvidos e a família foram realizadas: dias 29 de maio, no MPF, em Porto Alegre, e 9 de julho, na SDH, em Brasília. (Com informações da Comissão Nacional da Verdade)