Rio - Integrantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e ativistas da área de direitos humanos concentram-se na praça Lamartine Babo (Tijuca, zona norte), em frente à entrada lateral do quartel onde funciona o 1º Batalhão de Polícia do Exército. O prédio sediava, nos anos 70, o Destacamento de Operações de Informações (DOI), centro de repressão da ditadura onde ocorreram torturas e mortes de militantes políticos.
O objetivo da Comissão, que fez o pedido da visita conjuntamente com a Comissão Nacional da Verdade, é que o prédio militar seja tombado e que se transforme em um centro de memória da repressão. Damous afirmou que, apesar do veto, a comissão tentará fazer a visita. "Às 11h vamos para a entrada principal e pedir para sermos recebidos pelo oficial de dia. Tentaremos ponderar que a proibição é ilegal. Se não conseguirmos, vamos embora sob protestos", disse o presidente, acrescentando que pretende institir no pedido de visita junto ao Ministério da Defesa.
"Pretendemos ir ao ministro Celso Amorim, inclusive convidá-lo", disse ele, que estava acompanhado de ex-presos do Doi, como Paulo Sérgio Paranhos, detido por três meses na década de 70 do século passado. "Fui barbaramente torturado. Não tenho nenhum dente por causa dos choques elétricos aplicados nas sessões de torturas", disse Paranhos.