Após ser invadida por manifestantes na última terça-feira e ter a fragilidade na segurança exposta, a Câmara dos Deputados se prepara para restringir o acesso da população às suas dependências, incluindo os profissionais da imprensa. Irritados com o caos que se instalou na Casa, deputados fizeram sugestões de mudanças e alguns defenderam estender as limitações aos jornalistas. A intenção é se espelhar em países como a Inglaterra, em que o acesso ao plenário é vetado a quem não seja parlamentar.
Chinaglia foi o autor da proposição de impedir que a imprensa permaneça no plenário – hoje, jornalistas credenciados e assessores têm acesso direto aos parlamentares. “No plenário, a não ser parlamentar e assessor, não pode entrar ninguém. Isso é em qualquer parlamento do planeta e inclui a própria imprensa, que não pode, como às vezes acontece, entrevistar um líder ao lado do microfone.”
A sugestão foi apoiada por boa parte dos presentes, incluindo o presidente da Casa. De acordo com interlocutores, Henrique Alves já vinha reclamando do risco de as câmeras alcançarem a tela de celulares ou o conteúdo do voto dos deputados no plenário. A irritação se acirrou ontem quando ele teve o teor de um voto secreto divulgado pela imprensa. (AC)
Aposta nos senadores
O Palácio do Planalto apostou em uma maior fidelidade da base no Senado do que na Câmara para garantir a manutenção dos quatro vetos apreciados na terça-feira. Números preliminares de ontem apontavam que os senadores foram o fiel da balança. Ainda assim, há um entendimento de que a aproximação de Dilma com os deputados surtiu efeito. “Há uma percepção da disposição da presidente em mudar a relação, o que não significa que o resultado se repetirá em setembro”, alerta o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).